No dia 3 de julho de 1968 foi instituída a primeira lei de cotas no Brasil. A Lei nº 5.465/68, mais conhecida como Lei do Boi, assegurava 50% das vagas nos estabelecimentos de ensino médio agrícola e nas faculdades de agronomia e veterinária mantidas pela União para “atender às demandas de formação específica” de alguns segmentos sociais. Em outras palavras, quem efetivamente foi beneficiado por aquela Lei foram os filhos dos donos de fazendas. A Lei do Boi só foi revogada em 1985, portanto, 17 anos após a sua criação. “Mas não se fala sobre isso. Dizem que é errado criar cotas raciais porque não tem racismo no Brasil. Bem, esse argumento não é válido. As cotas de mulheres nos partidos políticos também são anteriores às cotas raciais e não causam os mesmos conflitos”, afirma a professora Vânia Penha-Lopes, Ph.D e titular de Sociologia do Bloomfield College, em Nova Jérsei, nos Estados Unidos. Codiretora do Seminário do Brasil na Universidade de Columbia e autora de “Pioneiros: Cotistas na Universidade Brasileira”, ela concedeu uma entrevista sobre as afinidades e diferenças no que diz respeito à abordagem da questão racial no Brasil e nos Estados Unidos ao programa Rio em Foco, da TV Alerj, que vai ao ar nesta segunda-feira, às 22h, na TV Alerj (Canal 12 da Net).