Laranjas da Região de Tanguá devem receber até fim do ano selo que assegura qualidade

O Rio de Janeiro será o primeiro estado brasileiro a ser reconhecido pela qualidade de suas laranjas, ainda este ano. A excelência e o sabor único da fruta, produzida na Região de Tanguá - que envolve os municípios de Itaboraí, Tanguá, Rio Bonito e Araruama -, vai assegurar aos citricultores a Indicação Geográfica (IG), uma espécie de selo, emitido pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI), comprovando que a origem do produto lhe confere características especiais. O potencial que a doçura da laranja da Região de Tanguá tem para alavancar a produção agrícola da região é o tema do Rio em Foco desta semana que entrevista a secretária de agricultura de Tanguá, Cláudia Milão, e Ludimila Gaspar, auditora fiscal agropecuária do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). 

De acordo com a presidente da Associação dos Citricultores e Produtores Rurais de Tanguá (ACIPTA), Alessandra Macedo, as laranjas do município são as mais doces da região. Na escala Brix, instrumento utilizado pela indústria alimentícia para medir a presença de açúcar nos produtos, elas atingem um índice que chega a 16. Uma fruta que atinge 8 nessa escala já é avaliada como de alta qualidade.“Quem experimenta a laranja daqui consegue perceber que ela possui uma doçura diferenciada.Para que um produto possa pleitear o selo da IG precisa estar em conformidade com um caderno de especificações, que nos permite ter algo que não fica só no papel, mas que seja uma realidade que podemos trazer para o campo”, explicou.

Estudo realizado pela Empresa de Pesquisa Agropecuária do Estado do Rio (Pesagro-RJ) revela que o estado do Rio cultiva cerca de 70 mil toneladas de laranja por ano, beneficiando diretamente 830 citricultores. O município de Tanguá, maior produtor fluminense, foi responsável por 42% da safra em 2016, segundo a instituição.

O selo de Indicação Geográfica determina que o produto possui uma qualidade única em função de recursos naturais como solo, vegetação, clima e saber fazer. O registro também assegura ao consumidor que foram aplicadas boas práticas agrícolas na produção, na formação do pomar, no uso de defensivos agrícolas, na coleta dos frutos, no encaixotamento, dentre outros critérios. “A indicação geográfica é uma ferramenta coletiva para a área delimitada. Qualquer produtor da região vai poder utilizar o selo, basta seguir as regras estabelecidas no Caderno de Especificações Técnicas e ser submetido às práticas de controle do Conselho Regulador”, esclareceu a auditora fiscal agropecuária do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Ludimila Gaspar.

A partir desta terça-feira (24/03), o programa estará disponível no canal do Fórum de Desenvolvimento do Rio no YouTube e no podcast "Quero Discutir o Meu Estado", disponível no Spotify e no Deezer. Na TV Alerj, as reprises serão exibidas no sábado (28/3), às 17h, e domingo (29/3), às 20h.