Roberto Medina: “eventos são ativos econômicos”

O Rock in Rio tem um impacto econômico sobre a cidade de R$ 1,7 bilhão de reais e o Carnaval, R$ 3 bilhões. Cada um desses eventos gera cerca de 20 mil empregos diretos. “São números tão fantásticos e projetos tão grandes que são a prova do que a gente pode fazer”, diz o empresário Roberto Medina, criador do famoso festival de música que promoverá uma nova edição em setembro e que é o entrevistado do programa “Rio em Foco”, que vai ao ar nesta segunda-feira, às 22h, na TV Alerj (Canal 12 da Net).

Na entrevista, Medina fala sobre a campanha “O Rio não para”, idealizada por ele e que busca resgatar o orgulho de ser carioca e mobilizar turistas a conhecer a capital do estado. O mote da campanha faz alusão à constante reinvenção da cidade do Rio de Janeiro como destino e às múltiplas experiências que oferece. A ideia é promover uma grande mobilização pelo reposicionamento do Rio como destino turístico, depois de um longo período de crises e intervenções.

Para o empresário, o Rio sofre há longo tempo de uma visão equivocada do setor cultural e de entretenimento. “Falta definir o nosso DNA e é óbvio que é o turismo. E para atrair turistas você precisa basicamente de segurança e eventos”, diz Medina. “As pessoas costumam olhar os eventos apenas como festa e eles são mais do que isso, são ativos econômicos”.

Os grandes eventos da capital também são, na visão do empresário, fundamentais para capitalizar o turismo em outras regiões do estado. Na entrevista, Medina brinca que apesar de amigo do governador de São Paulo, João Doria, vai “fazer de tudo” para trazer ao Rio a prova do circuito de Fórmula 1. “Aqui no Rio o cara pega um helicóptero e logo está em Angra, em Mauá. Em São Paulo ele embarca e tem o que? Mais São Paulo”, ironiza.

Embora reconheça que a burocracia brasileira afaste muitos empreendedores (“Na Europa eu preciso de cinco autorizações para fazer um festival. Aqui são 50”), Medina acredita que o estado não precisa de muito para “virar a chave”.  A segurança é, naturalmente, um ponto crítico. “Mas é possível criar um cinturão de segurança nas áreas turísticas articulando as polícias e a Guarda Municipal em uma política de tolerância zero com furtos, por exemplo”.

Mais importante, porém, é mudar a percepção que o Rio de Janeiro tem de si mesmo. Para Medina, o Rio é muito melhor do que estão vendendo. “O Brasil tem uma obrigação com o Rio porque a cidade é a nossa cara lá fora. E essa marca tem que ser melhor cuidada. O Rio precisa passar um batonzinho”, diz Medina que pensa em lançar uma campanha chamada “Eu me importo com o Rio”. “Não tem cabimento as pessoas assistirem inertes ao fim de uma cidade dessa importância”.

A partir de terça-feira, o programa estará disponível no canal do Fórum de Desenvolvimento do Rio no YouTube. Na TV Alerj, as reprises serão exibidas no sábado, às 17h, e domingo, às 20h.