“É preciso superar a informalidade e não combatê-la”, afirmou Mauro Oddo, pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) durante a apresentação do estudo “A Construção Social da Informalidade e da Semiformalidade no Brasil”, ainda inédito, na reunião da Câmara Setorial de Gestão e Políticas Públicas. O debate deu continuidade ao tema desburocratização que o Fórum de Desenvolvimento do Rio, presidido pela Alerj, vem debatendo com o objetivo de desfazer os nós para que o estado retome o seu crescimento. Segundo Mauro é necessário entender a informalidade dentro do contexto cultural em que se apresenta porque ela vai além de regulamentos e regras e se transforma em entraves. “Não é só uma questão de criar leis, mas muitas outras coisas precisam ser repensadas. O cidadão não se vê representado pelo Estado, o que faz com que ele tenha aversão a tudo que esteja ligado a ele. A informalidade não é consequência da desigualdade, mas elas se retroalimentam. O que precisamos é reconhecer nossa cultura e história e criar leis e regulamentos que deem conta de nossa realidade. A impressão é de que as instituições que temos foram criadas para outro país que não o nosso”, explica o pesquisador.