Renovação de concessões de rodovias e ferrovias podem alavancar eficiência logística do estado

O governo federal vai licitar novamente as rodovias Nova Dutra (BR-116/RJ/SP), BR-116/RJ, da CRT (Rio-Teresópolis) e Concer (BR-040/MG/RJ). Os trechos totalizam 725 quilômetros e seus contratos estão previstos para terminar em março de 2021. Os projetos fazem parte da segunda carteira do Programa de Parcerias e Investimentos (PPI). Já no setor ferroviário serão estudadas as renovações antecipadas das concessões tendo como contrapartida melhorias a serem realizadas. Segundo especialistas, trata-se de uma grande oportunidade para que o Rio de Janeiro seja contemplado com investimentos, contribuindo para a eficiência logística do estado e sua competitividade. A afirmação foi feita pelo subsecretário estadual de transportes, Delmo Pinho, durante a reunião da Câmara de Infraestrutura e Logística, realizada nesta terça (16/05) no auditório da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj).

“Estamos diante de uma grande oportunidade para a economia e para a sociedade do Rio de Janeiro. Se não aproveitarmos esse momento, só teremos uma nova chance daqui a 30 anos quando essas concessões serão licitadas novamente e o Rio de Janeiro ficará em desvantagem econômica”, afirmou o subsecretário, que apresentou quais as prioridades do governo para atender as questões logísticas do estado baseadas no Plano Estratégico de Logística e Cargas do Estado do Rio de Janeiro (PELC) 2045, desenvolvido com apoio do Banco Mundial. 

“A sociedade e o estado precisam pressionar o governo federal para conseguirmos que nossas necessidades estejam de fato contempladas na renovação da concessão dessas rodovias e ferrovias. Estamos falando das três principais estradas do estado que necessitam serem modernizadas porque são rodovias antigas. A Dutra foi duplicada em 1967 e de lá para cá não teve mais nenhuma obra de grande impacto”, explicou.

De acordo com Delmo, a mudança nos locais das praças de pedágio deveria ser analisada, para equilibrar os fluxos de caixa. “Hoje, só 8% dos usuários da Dutra pagam pedágio, ou seja, poucos pagam e pagam muito. Se conseguirmos ampliar esse leque de usuários que passam pelo pedágio, vamos gerar mais recursos para investimentos e ao mesmo tempo conseguiremos baixar substancialmente as tarifas, como ocorreu na Ponte Rio-Niterói”, disse.

Sobre as ferrovias, a prioridade para o governo do estado é a implementação inicial do trecho Rio-Vitória, indo de Nova Iguaçu ao Comperj, o que possibilitará no futuro que o Rio possa se transformar em uma plataforma multimodal mundial. “A MRS Logística é uma empresa forte no mercado e que tem condições de ampliar mercado atendendo a novos tipos de carga. Com isso, temos a chance de transferir a carga pesada para as ferrovias, fazendo uma mudança na matriz de transporte”, concluiu Delmo, que está elaborando um documento para entregar ao governo federal com as demandas do estado e pediu o apoio da Câmara Setorial nestes pleitos.

Segundo Riley Rodrigues, gerente de estudos de infraestrutura da Firjan, é necessário um posicionamento coletivo para que o Rio de Janeiro seja contemplado nas suas necessidades nas renovações das concessões das rodovias e ferrovias. “Além de aumentar a atratividade, é preciso minimizar os riscos das concessionárias, sendo necessário também resolver as questões burocráticas que envolvem as licenças ambientais e outras que travaram as obras da Rio-Petrópolis e da Serra das Araras, por exemplo. Só assim conseguiremos eliminar os gargalos da infraestrutura no estado”, afirmou Riley.

 

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