Fórum debate a importância dos eventos esportivos e o turismo sustentável comunitário para o estado

A Câmara Setorial de Cultura, Turismo e Esportes realizou a sua reunião mensal na manhã desta quinta-feira (05/09) quando debateu a relevância dos eventos esportivos para o Rio de Janeiro e também discutiu o turismo de sustentável de base comunitária.

Na ocasião, o representante do Visit Rio na Câmara Setorial, Marcelo Abelha, trouxe uma apresentação sobre o trabalho desenvolvido pela instituição com foco nos eventos esportivos. O material foi apresentado por Daniel Condesso especialista da Visit Rio, que destacou a importância dos eventos esportivos para a economia do Rio de Janeiro, dando ênfase à estrutura deixada pelas Olimpíadas de 2016.

“Temos a missão de trabalhar para aumentar o fluxo de turistas na cidade e fazemos isso atraindo congressos e eventos para o Rio de Janeiro. Com isso, a gente acaba atraindo pessoas que naturalmente não viriam para cá para turismo. Nesse trabalho, o primeiro passo foi mapear os eventos esportivos mundiais que teriam sinergia com a cidade. Foram selecionamos 72 eventos que poderiam ser recebidos pela cidade e isso graças ao legado olímpico, que deixou uma estrutura para receber grandes eventos, como o Parque Olímpico e a infraestrutura de transporte urbano, o que muitas cidades não têm”, salientou condesso.

De acordo com ele, o passo seguinte foi montar um material promocional e ir para os mundiais, encontrar com os representantes das confederações internacionais para conversar e dizer que o Rio de Janeiro estava aberto para receber esses eventos.
“Somente esse ano já apoiamos 12 eventos, captamos três, temos nove em processo de captação, que estamos acompanhando a candidatura, e mais oito eventos em processo de captação”, enumerou.

Além disso, o Visit Rio também possui um calendário de eventos da cidade do Rio de Janeiro com 72 eventos esportivos somente em 2024, que juntos têm uma receita estimada em mais de R$ 1,2 bilhão.

“O impacto econômico é muito relevante e os eventos esportivos já representam 20% da receita total de eventos da cidade e 10% do total de participantes”, frisou.

Turismo de sustentável de base comunitária

A segunda apresentação do dia foi conduzida pela engenheira florestal Ana Gabriela do Carmo, representante do CREA-RJ, que definiu o turismo sustentável de base comunitária como aquele em que a comunidade é protagonista do planejamento e das atividades turísticas, e valoriza a cultura local, com atenção ao uso racional dos recursos naturais e geração de benefícios coletivos.

“Esse tipo de turismo é a compatibilização do uso racional dos recursos naturais com a conservação da natureza, respeitando os limites que ela impõe de modo a manter a perenidade dos recursos naturais e a geração de benefícios coletivos. Tem a ver com a geração de emprego e renda para a população local, é importante valorizar a cultura local e saber que a comunidade, aqueles moradores trabalham na organização e no planejamento dessas atividades, muitas vezes conduzindo o visitante”, explicou.

Ana Gabriela também elencou algumas das principais atividades de turismo sustentável no estado, como a contemplação de paisagens e mirantes, trilhas de uso público, experiências gastronômicas, contação de histórias e apresentações teatrais, dança, música e artesanato, agricultura orgânica, destacando a vocação turística do Rio de Janeiro.

Na ocasião, ela chamou a atenção para a necessidade da criação de estratégias de fomento ao setor que provenham recursos e investimentos para que a comunidade que trabalha com o turismo possa seguir oferecendo seus serviços, sejam no ramo alimentício, no ecoturismo ou até mesmo em atividades artísticas.

“O poder público precisa fazer a sua parte com a coleta de lixo, saneamento básico, contenção de erosão e os demais serviços públicos que nós sabemos que necessários para o desenvolvimento sustentável de comunidades e populações tradicionais. Eles precisam de algum auxílio para comprar alimentos ou insumos para hortas, por exemplo. Essas pessoas também precisam de leis de incentivo à cultura para promover apresentações teatrais, a música e a dança nas comunidades”, pontuou.

As parcerias também foram destacadas por Gabriela.

“Precisamos pensar também em formas de cooperação com ONGs e empresas que colaborem com a perenidade das práticas com base na sustentabilidade. Um bom exemplo foi o Rio Sul com o reflorestamento do Morro da Babilônia e assim diversos serviços ecossistêmicos podem ser prestados a partir dessas práticas”, concluiu.

Assista ao encontro na íntegra no canal do Fórum da Alerj no Youtube