Live aborda reposicionamento do Vale do Café no cenário turístico estadual

O Rio de Janeiro é um dos estados com a maior concentração de produtos turísticos do Brasil. O desafio está em vender melhor tudo o que é oferecido, beneficiando toda a cadeia produtiva do setor, e promover o desenvolvimento sustentável. Esse é o objetivo do trabalho que o Convention & Visitors Bureau do Vale do Café vem realizando na região há quase dois anos e foi tema da live de maio no Instagram do Fórum com a diretora-executiva da organização, Luciana De Lamare.

Ela conta que o declínio da monocultura do café deu espaço às agroflorestas e cafés especiais premiados, oferecendo produtos de identidade regional de alto valor agregado. “São muitas as vocações turísticas e econômicas desta região que já foi a maior exportadora de café do mundo no século 19. Hoje temos a oportunidade de oferecer essa experiência ao visitante, resgatando essa cultura e produzindo um café de qualidade, de forma sustentável”, explicou Luciana, que atua na capacitação de negócios e oportunidades por meio do incentivo e fomento da indústria do turismo atendendo seis territórios (Vassouras, Paty de Alferes, Miguel Pereira, Mendes, Engenheiro Paulo de Frontin e o distrito de Valença, Barão de Juparanã).

“A gente pensa regionalmente, e para isso usamos esses seis territórios como indutores para trabalhar produtos turísticos de outras localidades e municípios no entorno. Além do resgate do café, trabalhamos as oportunidades trazidas pela cultura e a natureza”, afirmou.

Para divulgar todo esse trabalho, o Vale do Café Convention & Visitors Bureau lançou em janeiro um site com informações sobre o turismo na região (www.valedocafeturismo.com.br). Na página oficial, o visitante pode obter informações sobre hospedagem, gastronomia, guia de atividades e o calendário de eventos. Os dados estão disponíveis em português e inglês. A página também é possível conhecer mais sobre a produção de café e a história da região.

De acordo com Luciana, para alavancar a economia regional, beneficiando toda a cadeia produtiva da hospitalidade é preciso haver uma disrupção e sair da sazonalidade. “Temos de pensar em receber turistas fora da alta temporada e trazê-los também de segunda a quinta. Para que o turismo funcione todos os dias, precisamos de restaurantes, atrações, hotéis funcionando durante a semana”, observou.

Outro ponto destacado por ela como essencial foi a melhoria em infraestrutura e serviços, acentuadas com a pandemia. “Essa crise trouxe dois grandes desafios que incluem a conectividade, inclusive nas estradas, e desenvolvimento do receptivo porque o turismo depende dessas duas vertentes”, disse.

As políticas públicas também foram citadas como essenciais neste processo de desenvolvimento do turismo. “Existem oportunidade de negócios no Vale do Café e precisamos de uma cadeia produtiva estruturada, um receptivo organizado. O local precisa ser interessante para empreender e não apenas para visitar. Manter a cidade bonita, limpa e segura é muito importante e o Convention ajuda nessa união de todos como interlocutor”, pontuou.

Luciana contou que o Vale do Café Convention & Visitor Bureau está para lançar mais de 20 novas rotas, além do Café, explorando as vocações e potencialidade da região. “Em junho devemos lançar a Rota Afro, mas também já montamos outras como a Rota Romântica, Rota das Quaresmeiras, espécie de árvore nativa com flores de coloração roxa. Não é preciso ter eventos grandiosos, basta abrir os olhos para natureza e observar o que está acontecendo”, finalizou.