Painel avalia os efeitos da pandemia e a retomada do setor de cultura do estado

As perspectivas para área cultural e de entretenimento fluminense na retomada das atividades foram debatidas nesta segunda (06/07) durante um painel virtual transmitido pelo canal e perfil do Fórum da Alerj de Desenvolvimento Estratégico no YouTube e Facebook. O evento abriu a série “Diálogos da Retomada” e contou com a participação do presidente do Fórum e da Alerj, deputado André Ceciliano. Durante o encontro foram abordados os protocolos e diagnósticos elaborados por entidades do setor, além da contribuição do parlamento estadual para a recuperação desse segmento, responsável por 4% do PIB nacional.

“Fomos a primeira atividade a parar e vamos ser a última a retornar”, afirmou o presidente da Associação dos Promotores de Eventos do Setor de Entretenimento e Afins (Apresenta), Pedro Guimarães. “Porém, vamos nos reerguer construindo e entregando novas experiências e produtos que podem também ser adaptados”. A Apresenta, que reúne 180 empresas, realizou um diagnóstico com os principais impactos econômicos da pandemia no setor e que pode ser acessado aqui.

Ainda de acordo com Guimarães, duramente atingido pelas medidas restritivas de contenção do novo coronavírus, o setor já perdeu 350 mil postos de trabalho. Entre os esforços para amenizar a crise, ele destacou a atuação da Alerj. “A cultura e o entretenimento são aliados do desenvolvimento e fazem parte da identidade do povo fluminense. Precisamos de uma atenção muito grande por parte do poder público no apoio às iniciativas e na facilitação dos processos e sempre tivemos um olhar parceiro da Casa”, enfatizou.

Recentemente, a Alerj aprovou a Lei 8863/20, de autoria do deputado André Ceciliano (PT), que autoriza o governo a utilizar até 30% dos recursos existentes no Fundo Estadual de Cultura na compra antecipada de ingressos de mecanismos culturais. A medida valerá durante o Plano de Contingência do Coronavírus, devendo os equipamentos culturais priorizar o pagamento de seus funcionários de apoio, corpo técnico e artístico, além de promover o acesso à cultura.

“Os 30% equivalem a cerca de R$ 10 milhões que vão servir também para o pagamento dos trabalhadores do setor. Os ingressos serão doados para as escolas públicas formando uma nova plateia”, disse Ceciliano.

Outra iniciativa apresentada durante o evento foi o protocolo de segurança sanitária lançado pela Fundação de Artes do Estado do Rio de Janeiro (Funarj), visando à volta gradual e responsável das atividades para o público, artistas e funcionários nos seus teatros, sala de concertos, galeria de artes, centro cultural, museus e salas de cinema. “A questão do distanciamento vai inviabilizar o uso dos pequenos espaços particulares, e os governos precisam colocar seus equipamentos à disposição das produções. Mais importante do que encher as salas, é criar nas pessoas a vontade de querer voltar a frequentar esses espaços”, salientou o presidente da Funarj, José Roberto Gifford.

O deputado Waldeck Carneiro (PT), que preside a Frente Parlamentar de Apoio à Economia Solidária, enfatizou o esforço da Alerj em estabelecer um diálogo estreito com as diversas regiões do estado para aprimorar as políticas públicas e leis sobre o setor de cultura e entretenimento. “Há um esforço expressivo da Casa em prol das atividades culturais, como a blindagem dos recursos do Fundo Estadual de Cultura e a busca constante por respostas para mitigar os impactos da crise. Precisamos pensar em mecanismos para estruturar esse retorno de forma que as pessoas possam se sentir seguras para nos espaços culturais fechados”, afirmou.

Já o presidente da Comissão de Cultura da Alerj, deputado Eliomar Coelho (Psol), frisou a importância de colocar a cultura mesmo patamar da educação e saúde. “Cultura é um instrumento de desenvolvimento econômico, social e político. No mundo pós-pandemia ela será ressignificada como um bem simbólico. Temos trabalhado nessa direção na Comissão para valorizar a cultura dentro do orçamento estadual”, concluiu.

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