Editoras são convidadas a propor políticas públicas para a cadeia produtiva do livro

A cadeia produtiva do livro possui forte presença no estado comprovada em números. Por aqui estão concentradas as principais editoras do país e, não por acaso, a sede do Sindicato Nacional dos Editores de Livros (Snel). Em solo fluminense também são realizados grandes eventos literários e feiras como a Festa Literária de Paraty (FLIP), o Salão Carioca do Livro (LER), a Feira do Livro de Resende (FLIR), a Festa Literária das Periferias (FLUP), sem falar na Bienal Internacional do Livro, que disputa com o Rock in Rio o título de terceiro maior evento do estado, reunindo mais de 600 mil pessoas, atrás apenas do carnaval e réveillon. Só bibliotecas comunitárias são mais de 100 espalhadas pelos diversos municípios. Diante deste cenário, a Câmara de Cultura, Turismo e Esportes debateu nesta quinta (23/08) como garantir a resiliência do mercado editorial frente à crise que assola o país.

Na ocasião, o superintendente de Leitura e Conhecimento da Secretaria de Estado de Cultura, Juca Ribeiro, convidou o Sindicado Nacional dos Editores de Livros (Snel) a conhecer e dar suas contribuições para o Projeto de Lei 4243/2018. O PL cria o Plano Estadual de Livro, Leitura, Literatura e Biblioteca (PELLLB) e está em tramitação na Alerj. 

“Não é possível que um estado com a pujança do Rio de Janeiro não tenha uma política para a promoção do livro e da leitura. O plano ainda precisa ser enriquecido, mas não podemos abrir mão de termos metas e diretrizes neste sentido”, afirmou Juca, que ainda destacou que muitas vezes as bibliotecas comunitárias são a única representação do Estado e o único espaço para o exercício da cidadania.

O presidente do Sindicato Nacional dos Editores de Livro (Snel), Marcos da Veiga Pereira, lembrou que a recessão no mundo do livro foi muito intensa nos últimos três anos, com uma queda de 20% no volume de vendas, o que representa quase 50 milhões de livros a menos.

“A grande discussão do momento é como recuperar esses números e os leitores, e reverter os impactos negativos em toda a cadeia produtiva, como o fechamento de livrarias. Temos um enorme desafio pela frente”, frisou Marcos.

O fortalecimento da indústria do livro no estado como geradora de emprego e renda também foi destaque no encontro, assim como o papel do governo no fomento à cadeia. “A reunião me permitiu entender melhor que é preciso criar uma proximidade com o legislativo estadual para avançarmos nessas questões. Precisamos ser mais propositivos e não só reativos. Precisamos elaborar projetos e ações, trazendo soluções e cobrando dos agentes públicos as políticas necessárias”.

                                             

“Temos de pensar que deixamos de produzir riquezas para o estado quando temos o maior número de editoras literárias concentradas aqui, mas precisamos rodar nossos livros em São Paulo, que tem o maior parque gráfico do Brasil”, disse Cátia Mourão, editora da Ler Editorial.

A participação de todos os elos desta indústria na construção de políticas que desenvolvam a economia do livro no estado é tida como fundamental para o fortalecimento da cadeia e para o desenvolvimento de uma nova geração de leitores.