Câmara de Energia traça seus próximos passos

Os membros da Câmara de Energia decidiram dar continuidade ao debate sobre a cadeia de gás natural no estado. Uma das sugestões trazidas no encontro do grupo nesta terça (19/08) foi fazer um levantamento dos projetos legislativos sobre o tema em andamento na Alerj.

“O Fórum poderia fazer um levantamento dos todos os projetos de lei, iniciativas que estão circulando dentro da Alerj que de alguma forma regulamentam a produção e a logística de circulação e utilização do gás natural no estado do Rio de Janeiro. Esses projetos devem nos dar uma boa amostragem dos principais entraves, pelo menos regulatórios, para a utilização do gás natural”, mencionou o professor de Energia Química da CEED/UERJ, Rodrigo dos Reis.

Outra proposta trazida por ele foi a discussão sobre a implementação de data centers e o desejo de municípios do estado virarem hubs tecnológicos, decisão que impõe desafios e oportunidades relacionados à energia, com foco em eficiência e sustentabilidade.

“Há um conjunto de municípios do Rio de Janeiro que está passando por uma renovação de planos diretores e em muitos deles existe a discussão sobre a instalação de parques industriais, parques tecnológicos e a questão dos datas centers. A alimentação de energia desses data centers e como isso reflete no consumo de água. Então, isso precisa estar no nosso radar, dialogando principalmente com alguma outra câmara do Fórum ligada ao meio ambiente, água de reuso, etc. Precisamos ter esse cuidado para proteger os mananciais de água nessa no afã de trazer para o estado grandes centrais de tratamento de dados. É um problema mundial, inclusive nos Estados Unidos, Argentina e Uruguai já estão pensando até em desmobilizar seus datas centers em função do problema da água”, afirmou Rodrigo.

A expansão da infraestrutura digital exige investimentos em geração e transmissão de energia, visando garantir a segurança e confiabilidade do fornecimento.

De acordo com a arquiteta e urbanista Isabella Giesta, representante da Sociedade dos Engenheiros e Arquitetos do Estado do Rio de Janeiro (Seaerj), o problema não é apenas de água, mas de infraestrutura no geral.

“Especialmente aqui no Rio, a gente não tem uma infraestrutura urbana. Não é só questão de água para resfriamento, mas nossa infraestrutura em si não está preparada para comportar o que o data center precisa, como o cabeamento de fibra ótica. Então, a gente tem um entrave aí meio geral. Até a própria geração de energia para manter esses data centers rodando 24 horas por dia, todo dia, do jeito que a gente quer atrair, também não vai ser suficiente. Queremos melhorar uma coisa por tecnologia, mas não estamos pensando na estrutura básica que aquilo precisa para efetivamente ser implantado”, opinou Isabella que trouxe também a sugestão de fazer uma reunião conjunta com a Câmara de Tecnologia e Desenvolvimento Sustentável para abordar essa pauta.

Segundo Frederico Lima, subdiretor-geral do Fórum da Alerj, com a proximidade da CP30, existe a intenção de fazer um evento para abordar o tema da sustentabilidade aberto a todos os membros.

“A gente está vendo possibilidade e a data para fazer um encontro a respeito da questão ambiental e poderíamos trazer a discussão desse tripé energia, meio ambiente e tecnologia, porque se os três não estiverem harmonicamente equilibrados, fica complicado”, concluiu.

Veja a reunião na íntegra no Canal do Youtube do Fórum