Os membros da Câmara Setorial de Energia definiram na reunião desta quinta-feira (22/05) organizar um painel para abordar a logística de distribuição e precificação do gás natural no estado. A escolha do tema surgiu da sugestão do professor e associado de Energia Química da CEED/UERJ, Rodrigo dos Reis, que propôs convidar especialistas, como engenheiros e gestores privados e públicos, para debater os projetos em andamento, principalmente aqueles oriundos de plataforma, relacionados ao gás natural – que podem diminuir a dependência de gás russo no Rio de Janeiro.
“É interessante abordar as iniciativas voltadas para o gás natural no estado, separando o biometano e o gás natural. Temos a linha 5 no Norte do estado, com o projeto da Repsol e da Equinor, entre outras iniciativas, como a de Itaguaí. A gente poderia trazer pessoas que estejam envolvidas nesses projetos, como engenheiros, gestores da iniciativa privada, que possam abordar esse tema tanto do ponto de vista técnico, como do ponto de vista político”, afirmou Rodrigo.
O projeto de gás natural. Raia, citado pelo professor, está localizado na Bacia de Campos e é operado pela Equinor, em parceria com a Repsol Sinopec e a Petrobras. Atualmente o projeto está à frente de três descobertas no pré-sal: Pão de Açúcar, Gávea e Seat, que dispõe de reservas recuperáveis de gás natural e óleo/condensado.
O preço da molécula do gás natural, as disputas das termelétricas do Norte do estado e o andamento do Corredor Verde, na Rodovia Presidente Dutra – entre Rio de Janeiro e São Paulo – também foram citados por Rodrigo, que evidenciou que a primeira etapa da transição energética para fonte limpas e renováveis é o aumento do consumo de gás natural
“Poderíamos discutir como baratear a molécula e como aumentar a demanda de gás natural - por exemplo, por meio de termelétricas e da indústria – e sobre o andamento (estrutura, tecnologia e recursos humanos) do Corredor Verde Dutra Rio-São Paulo para abastecer caminhões com gás natural em substituição ao diesel”, frisou.
Ele também demonstrou preocupação com a tributação do gás após a reforma tributária, quando a cobrança efetiva deverá ser aplicada apenas no consumo final, e não no setor produtivo.
“Provavelmente o final da transição da reforma tributária vai coincidir com o término desses grandes projetos de gás. Aí, não vai adiantar nada a gente produzir muito gás natural aqui e ele ser consumido em outros entes federativos, é importante que esse gás seja consumido no estado, para que o tributo fique aqui”, complementou Rodrigo, que reforçou a necessidade de expandir o mercado dentro do estado.
Ao final do encontro, Antônio Lima, professor do Departamento de Engenharia Elétrica da UERJ, compartilhou com o grupo a sugestão de leitura do Plano Indicativo de Gasodutos de Transporte 2024, uma pesquisa desenvolvida pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), ligada ao Ministério de Minas e Energia, a fim de contribuir com o painel.
“São oito grandes gasodutos previstos. No Rio de Janeiro tem Seropédica, Japeri e Duque de Caxias. É um documento novo, mas pode ajudar nessa discussão”, frisou Antonio Lima, representante da UERJ.
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