Certificação de novos saberes é pautada em reunião da Câmara de Formação Profissional e Educação Tecnológica

Na reunião desta terça-feira (17/09), a Câmara Setorial de Formação Profissional e Educação Tecnológica se reuniu para discutir o Processo de RVA - Reconhecimento, Validação e Acreditação de Saberes - no Estado do Rio de Janeiro. Paulo Milet, diretor do Sindicato das Empresas de Informática do Rio de Janeiro (TIRio), apresentou aos membros um roteiro, elaborado por ele, sobre a certificação para aprendizagens fora do ambiente formal de ensino.

“Esse assunto de educação com Inteligência Artificial e as várias formas de aprender estão na mesa. A gente tem que fugir da ideia de que só se aprende em uma sala de aula com um professor ensinando O mundo já está mais avançado do que isso. Hoje, muita gente aprende, mas não tem como provar que tem aquele requisito. Então, a lógica desse modelo é o reconhecimento de saberes aprendidos na prática ou em cursos livres”, explicou.

Millet discorreu sobre o modelo inspirado no UIL (Unesco Institute for Lifelong Learning) uma iniciativa conjunta entre o Instituto da Unesco e outras organizações. Enquanto o UIL incentiva a adoção de práticas de liderança e igualdade de gênero em cargos de gestão escolar em países de baixa e média renda, o RVA aborda a educação ao longo da vida, considerando outras formas de aprendizagem além da academia.

A ideia central do documento é que associações profissionais, reconhecidas pelo Governo do Estado, atuem como certificadoras, enquanto o Executivo seria o responsável pelo credenciamento e supervisão dessas entidades. Os principais objetivos são reconhecer e certificar saberes adquiridos fora do ensino formal; promover a requalificação de adultos e idosos; fortalecer a economia digital; e criar um sistema de credenciamento eficiente e transparente.

Millet também detalhou o papel da Alerj nesse processo com a criação de um marco regulatório sólido e transparente para garantir a credibilidade do processo de certificação, a promoção de campanhas de divulgação, além da sustentabilidade financeira e monitoramento contínuo do processo.

“A proposta é priorizar a área de tecnologia da informação como piloto, porque é uma área com déficit de profissionais, e estima-se que nos próximos três a cinco anos serão necessários milhares de profissionais nesse mercado, que ainda não estão formados. Esses profissionais não precisam aprender numa faculdade ou colégio. Muitas vezes eles estão aprendendo como fazer no Youtube, em um curso da Microsoft, da IBM, mas que não têm uma certificação legal reconhecida”, pontuou.

De acordo com Millet, o público-alvo seriam os adultos e idosos, já que os jovens estão em formação e recebem mais atenção do governo, enquanto esse outro grupo tem mais dificuldade em retornar à sala de aula e requer requalificação.
O representante do Conselho Regional de Química (CRQ-III), Márcio Franklin, citou que o Governo Federal tinha uma rede de certificação, que incluía os entes federativos, estaduais e municipais, e foi reeditada e será lançada agora em setembro com o nome de “Rede Certifica”.

“A rede de certificação federal não engloba capacitações que não estão presentes na estrutura formal de ensino. Porém, é necessário estudar o funcionamento dela para não haver sobreposição e conflitos entre legislação estadual e federal”, pontuou.
Ao final da reunião, o subdiretor-geral do Fórum, Frederico Lima, recomendou que fosse criado um subgrupo dentro da Câmara Setorial para acrescentar sugestões e propor novas ideias na construção de um documento a ser apresentado à Alerj.

Para saber mais sobre o que aconteceu na reunião, confira a transmissão no Canal do Fórum no YouTube