Câmara Setorial de Infraestrutura e Logística avança com documento sobre o impacto da violência na mobilidade da Região Metropolitana do Rio de Janeiro

A Câmara Setorial de Infraestrutura e Logística conheceu nesta quinta (12/09) a primeira versão da nota técnica sobre segurança pública na mobilidade urbana construída em conjunto por seus membros. Durante a reunião, o especialista de Estudos Econômicos da FIRJAN, Diogo Martins, compartilhou com o grupo o documento “Impacto da Violência na Mobilidade da Região Metropolitana do Rio de Janeiro”, que contou também com a contribuição do assessor da presidência da FETRANSCARGA, Sergio Vianna.

Baseado em dados do Instituto de Segurança Pública (ISP), SEMOVE, Firjan, FETRANSCARGA e da iniciativa “Carga Blindada”, a nota alerta para o crescente aumento da violência e dos registros de furtos no transporte público no estado no período pós-pandemia, gerando um ambiente de insegurança entre os passageiros. Em 2023, foram registradas cerca de uma ocorrência a cada 40 minutos na Região Metropolitana.

“Se contabilizarmos as subnotificações, estima-se que seriam registradas cerca de 144 ocorrências diariamente, ou seja, uma a cada 10 minutos”, frisou Martins.

Segundo dados do ISP, as regiões de Vilar dos Teles, Duque de Caxias, São Cristóvão, Belford Roxo, Pavuna, Mesquita e Bonsucesso foram as que mais registraram roubos a coletivos, representando 41% dos casos em todo o estado.

“A gente combatendo a violência nesses lugares já vai ajudar muito o estado”, afirmou Diogo.

De acordo com a nota técnica, esse cenário impacta negativamente a qualidade do serviço, além da percepção da população sobre a confiabilidade e segurança dos coletivos, resultando em uma queda na utilização. Em 2023, a perda tarifária atingiu o patamar de R$ 3,3 bilhões devido à queda no número de passageiros, enquanto os prejuízos econômicos para o setor de ônibus pela falta de segurança foram de R$85,4 milhões.

As perdas com o roubo de cargas também foram contabilizadas por Diogo. Apenas em 2023, foram cerca de R$283 milhões. Ele também apresentou as propostas para melhorar esse cenário. Entre elas estão a implementação de um sistema de monitoramento e vigilância, como câmeras dos ônibus, além de maior presença policial nos pontos críticos. Outra proposta é a de destinar recursos para a promoção de uma integração das forças de segurança, fortalecendo a cooperação entre guarda civil municipal, Polícia Rodoviária Federal e Polícia Militar. O incentivo à inovação tecnológica por meio de parcerias com empresas de tecnologia para o desenvolvimento de soluções eficazes de segurança e a adoção de um maior efetivo e valorização do Grupamento de Policiamento Ferroviário para evitar os furtos de cabos, além de basear ao menos dois policiais em cada estação da SuperVia também foram destacados.

“Sugerimos iniciativas que a gente entende que a Alerj pode ajudar nesse sentido da segurança pública no transporte da Região Metropolitana”, salientou.

O documento agora será apreciado pelos membros da Câmara de Infraestrutura e Logística que poderão dar as suas contribuições e será finalizado na próxima reunião de outubro.

Veja a reunião na íntegra no Canal do Fórum no YouTube