Diagnóstico do Agronegócio Fluminense elaborado pela FAERjJ e FIRJAN é apresentado no Fórum

A Câmara de Agronegócios se reuniu nesta quinta-feira (05/09) para debater o Diagnóstico do Agronegócio Fluminense, documento elaborado pela Federação da Agricultura, Pecuária e Pesca do Estado do Rio de Janeiro (FAERJ) em conjunto com a FIRJAN. O estudo, apresentado pelo especialista setorial em Agronegócios, Alimentos e Bebidas da FIRJAN, Fabrinni Santos, irá balizar a definição de pautas e a estruturação de um painel que contribuam para o desenvolvimento do setor no estado. O grupo também avaliou a análise de dados do IBGE sobre as cadeias produtivas.

De acordo com os números apresentados, o Rio de Janeiro é o maior importador líquido do país entre as Unidades Federativas, com um déficit no saldo da balança comercial interestadual de R$86,9 bilhões em 2021.

“A nossa população consome muito mais do que a gente produz e hoje temos uma dependência externa de gêneros alimentícios em torno de 80%”, afirmou Fabrinni.

Para ele, é preciso considerar esse mercado com um ativo a ser explorado. Fabrinni também lembrou que a indústria fluminense vem encontrando grandes obstáculos desde os anos 2000 e que, com exceção da indústria extrativa, a maioria dos entraves são horizontais, passando por todos os segmentos industriais, embora com intensidade distintas.

“A indústria fluminense tem encontrado alguns obstáculos que passam desde questões relacionadas a ordem tributária, a questões de logística, competitividade e preços de insumos comprados, com exceção da Indústria Extrativa. Existem problemas transversais, que não são específicos do agronegócio, mas de todo o complexo industrial, que retiram a competitividade da agroindústria”, disse.

Baseado no diagnóstico, o especialista da Firjan sugeriu que os arranjos tributários, as questões logísticas, de atração, manutenção e capacitação da mão de obra, mesmo sendo obstáculos transversais, fossem tratados de forma setorial. Ainda segundo o estudo, o estado tem um grande mercado interno e a contração de R$ 1 bilhão no Valor Bruto da Produção Agropecuária denota em uma perda maior na renda pelo interior do estado, devido ao efeito multiplicador, que pode estar relacionado a contração da área plantada de cana. A cultura do café, citada com resultados positivos, se destacou pela qualidade e produtividade. Enquanto na parte dos insumos, o especialista propôs o debate sobre a produção de ureia e como tornar o grão de milho competitivo. Ademais, falou brevemente sobre o setor de pescados e a agroindústria de bebidas, em especial, refrigerantes e cervejas.

“Vocês podem ver que não é um cenário animador, mas é um cenário de oportunidade. A gente aqui na FIRJAN, através do Conselho de Agronegócio, Alimentos e Bebidas, com a FAERJ, acredita muito na recuperação e no desenvolvimento do estado com o pé no chão, entendendo que a gente nunca vai conseguir suprir a nossa capacidade de abastecer a população do Rio de Janeiro com os alimentos produzidos apenas aqui. Porém, a gente pode melhorar os nossos índices”, concluiu.

Após a apresentação, o subdiretor do Fórum de Desenvolvimento Estratégico da Alerj, Frederico Lima, recomendou aos demais participantes que analisassem os documentos apresentados e trouxessem ideias para a reunião de outubro, visando a tomada de decisões para o painel.

Assista à reunião na íntegra no Canal do Fórum no Youtube