Câmara Setorial de Energia irá realizar painel com os entraves e soluções para o mercado de gás no estado

A Câmara Setorial de Energia decidiu organizar em setembro o painel “Entraves e soluções para a cadeia de valor do gás no estado do Rio de Janeiro”. O desenho do evento foi debatido pelo grupo na reunião on-line desta terça-feira (21/08). A proposta é atualizar a nota técnica sobre o Mercado de Gás Natural do estado e enviar à deputada Tia Ju, segunda vice-presidente da Mesa Diretora da Alerj e responsável pela condução do Fórum. Para acessar o documento elaborado pelo Fórum em 2023, clique aqui.

O engenheiro mecânico e representante do Clube de Engenharia, Elvio Gaspar, destacou que um dos principais problemas para o crescimento do mercado está em saber a dimensão da oferta de gás natural.

“Seria necessário entender se temos condições de prever o volume de gás que poderia ser comercializado para indústria e saber também da própria indústria o quanto ela está com apetite para dar esse passo. A Firjan tinha uma discussão sobre esse assunto razoavelmente amadurecida e poderíamos convidá-los para compor esse painel”, afirmou.

Para o professor da UERJ, Rodrigo Reis, a questão da capacidade instalada das grandes indústrias, como de siderurgia e de cimento, assim como o desafio de trazer novas empresas para o Rio de Janeiro precisam estar contemplados no evento.

“A gente pode convidar as empresas que estão fazendo grandes aportes financeiros, além da Petrobras, para conhecer o que elas estão pensando em implementar e colocar em operação até 2028. Olhar o que a gente já tem no estado e o que ainda tem de espaço para a transição energética. Para isso, podemos convidar o interlocutor que está dialogando com esses setores industriais no Clube de Engenharia”, sugeriu.

O grupo também reforçou a necessidade de chamar um representante da Agernesa, principalmente da parte regulatória, para o debate, já que o preço da molécula é tido como um dos principais entraves.

“O grande desafio é o preço molécula e, para além da logística e distribuição, é preciso garantir a estabilidade do fornecimento de gás para que esses projetos sejam implementados, porque são projetos que levam 30 anos. Precisamos da presença de alguém da Agernesa tentarmos compor qual o cenário atual de produção e distribuição e quanto custa para a Petrobras. Muitos projetos optam pela energia elétrica ou outras fontes justamente porque o preço da molécula às vezes não é competitivo”, acrescentou Reis.

Também foram sugeridos para participar do painel, representantes do IBP, ANP e o organizador do livro “Transição Energética: Conceitos, Políticas e Desafios”, Nivalde José de Castro.

“Precisamos pensar em uma mesa que perpasse por todos esses desafios atuais e futuros, com a vinda de novas empresas de alta demanda energética, pensando em como o parlamento estadual pode contribuir em termos de legislação para facilitar a logística de troca de matriz energética entre as empresas, principalmente agora com os projetos de geração de biometano”, finalizou Reis

Assista à reunião na íntegra no Canal do Fórum no Youtube