Câmara de Formação Profissional e Educação Tecnológica abre frentes de trabalho

Os membros da Câmara de Formação Profissional e Educação Tecnológica se reuniram nesta quinta-feira (18/04) e elencaram as pautas que serão trabalhadas nos próximos meses pelo grupo. Entre elas estão a construção de uma minuta de projeto de lei para tratar a criação de um programa estadual de orientação profissional e a realização de um evento sobre formação profissional em setembro.

De acordo com dados do INEP apresentados durante o encontro pelo professor do CEFET-, Heitor Mendes, hoje o país conta com mais de 47 milhões de crianças e jovens na educação básica e mais de 68 milhões de jovens com mais de 18 anos não frequentam a escola e não têm educação básica concluída.

“Existem muitas possibilidades no mundo do trabalho e temos de pensar em como mostrar isso para os jovens para que eles cheguem nas vagas de empregos, saibam das oportunidades de educação continuada e isso precisa ser feito ainda da escola. A ideia é ter uma lei que torne obrigatório o direcionamento e divulgação sobre a formação acadêmica posterior ao ensino médio”, detalhou.

Ainda segundo Heitor, existem muitas vagas ociosas nos cursos gratuitos de educação profissional porque faltam informação e divulgação.

“Temos um passivo gigantesco com mais de 68 milhões de pessoas precisando evoluir em cursos de qualificação profissional, nível médio e superior. Esse é um dos elementos que impedem o Brasil em avançar em produtividade e aumentar os resultados econômicos e sociais. A gente tem vagas ociosas e pouca formação técnica porque falta publicidade, informação e temos de buscar todos os caminhos que pudermos para aumentar as possibilidades para essas jovens”, frisou.

O gerente de Educação Profissional da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (FIRJAN), Edson Melo, sugeriu que o texto da minuta de lei inclua não só a obrigatoriedade de divulgação sobre a formação profissional e acadêmica após o ensino médio, como também a criação de um programa estadual de orientação profissional.

“Além de informar sobre as possibilidades profissionais e de formação após o término da fase escolar, a lei precisa contemplar um programa de orientação profissional para que fiquei mais perene. Precisamos pensar em ferramentas tecnológicas para entregar informações aos alunos. Isso seria o mínimo que a estrutura do Estado pode fazer de forma mais abrangente. Esse também pode ser um ponto focal para ser debatido e ampliado no evento sobre empregabilidade que vamos montar em setembro”, sugeriu.

Certificação de novas profissões

Outro tema que o grupo irá trabalhar é a certificação de novas atividades que estão surgindo, principalmente com o avanço tecnológico, dentro ou fora dos sistemas de regulares de ensino, para reconhecimento dos saberes.

Precisamos debater a certificação dessas novas atividades, com o aprendizado sendo feito dentro ou fora de sistemas regulares de ensino. Criar uma forma de reconhecimento com validade legal para novas profissões. Um modelo diferente, que não dependa do MEC, em que o próprio mercado faça esse reconhecimento. Hoje empresas como a Microsoft e Google já oferecem certificações, por exemplo. É uma maneira de acelerar a escolaridade no Brasil, melhorar o nível de emprego porque existem milhares de vagas e oportunidades não preenchidas que poderiam ser supridas por esse meio”, disse o representante do Sindicato das Empresas de Informática do Rio de Janeiro, Paulo Millet.

O conselheiro do Conselho Regional Química do Rio de Janeiro (CRQ-RJ), Marcio Franklin, sugeriu estudar os modelos de certificação já em prática pela rede federal.

“A rede federal já possui certificação. Podemos estudar os moldes dessas diretrizes, pensar em fazer convênios com essas instituições que já tenham essa expertise para aproveitar essas experiências exitosas”, citou.

Já a representante do Conselho Regional de Administração do Rio de Janeiro (CRA-RJ), Ana Shirley corroborou com o discurso de Paulo Millet.

“A certificação corporativa e não acadêmica, direcionada ao mercado, é muito importante porque essas pessoas não têm órgão representativo e o mercado solicita essa titulação, reconhecimento e certificação. Eu acho que essa proposta abraça essa gente que não tem apoio no mercado”, concluiu.

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