A Câmara de Agronegócios irá construir uma matriz com os entraves e soluções das cadeias produtivas do estado como leite, soja e café. O documento foi disponibilizado nesta terça (07/05) pelo Fórum da Alerj para o grupo, que agora irá preencher a planilha com a contribuição de cada instituição.
“Vamos colocar os principais problemas de cada uma dessas cadeias produtivas para ter esse mapeamento e, a partir daí, traçar estratégias. Os membros da Câmara terão até a próxima reunião, no dia 06 de junho, para identificar todos os entraves e fazer propostas para contribuir com a solução”, afirmou o subdiretor do Fórum da Alerj, Frederico Lima.
Para o vice-presidente da Federação da Agricultura, Pecuária e Pesca do Estado do Rio de Janeiro (FAERJ), Mauricio Salles, existem entraves comuns a todas as cadeias.
“Tem coisas que permeiam todos os setores como a questão tributária, a questão dos insumos e da energia elétrica. Um exemplo disso é a soja que ainda é produzida em pequena escala no estado, vai para Minas Gerais para ser exportada porque ela sai de lá sem imposto e aqui ele é cobrado. Temos de pensar nessas questões, levantar essas dificuldades que os produtores vêm enfrentando. Outro ponto em comum é a aquisição de equipamentos, de infraestrutura como o fornecimento de energia elétrica nos municípios e também das condições das estradas”, enumerou.
Durante a reunião, o presidente da FAERJ e do SENAR, Rodolfo Tavares, voltou a cobrar que a Alerj coloque em pauta o Projeto de Lei nº 2153/2023, em tramitação na Alerj, cujo objetivo é ampliar a suspensão tributária de bebidas para a produção fora do estado, garantindo maior competitividade aos produtores fluminenses e garantir segurança jurídica na aplicação do imposto.
“Estamos dizimando a pecuária de leite do Rio de Janeiro, com certa leniência da Alerj, que não coloca o PL em votação. Enquanto isso, a produção de leite do estado foi de 560 milhões de litros de leite, em 2016, para 360 milhões no ano passado. É impossível competir em um setor em que a produção fluminense paga 22% de ICMS e o leite produzido em outros estados, importado pelo Rio de Janeiro, pague apenas 12%. Fica aqui o nosso protesto para essa inércia de não se colocar em pauta um projeto que está pronto para ser votado”, salientou.
No encontro, a representante do CREA-RJ, Lilian Alprandini, mencionou também a chamada publicada Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), executada com recursos do FNDCT, no âmbito da Nova IndústriaBrasil, visando apoiar projetos inovadores, de risco tecnológico e relevantes para a sociedade, promover o desenvolvimento da agroindústria nacional buscando a garantida da segurança alimentar e nutricional da população brasileira, além de promover parcerias para o desenvolvimento entre empresas e ICTs, visando ainda o desenvolvimento de projetos em redes.
“Esse edital é pouco divulgado, não tem uma disseminação dessa informação para o agronegócio do Estado do Rio de Janeiro. Poderíamos solicitar um evento de divulgação para os profissionais fluminenses envolvidos na agronomia, até mesmo um evento online, porque assim nós poderíamos ter empreendimentos do estado dentro do radar. Acaba que a FINEP está localizada aqui no Rio de Janeiro, mas está fazendo palestra no Nordeste e no Sul e em São Paulo. Então, a Câmara de Agronegócios poderia convidá-los para vir aqui detalhar esse edital, que prevê R$ 280 milhões e pode ter soluções muito interessantes para o estado do Rio de Janeiro”, concluiu.
Confira a reunião na íntegra no Canal do Fórum da Alerj no Youtube