Câmara de Infraestrutura conhece detalhes do projeto do BRT Transbrasil e do Terminal Intermodal Gentileza

Atendendo a uma demanda dos membros da Câmara de Infraestrutura e Logística, o Fórum da Alerj convidou representantes da Companhia Carioca de Parcerias e Investimentos (CCPAR), debater e esclarecer dúvidas sobre as obras do BRT Transbrasil e do Terminal Intermodal Gentileza, dada a importância do local. Havia uma preocupação do grupo sobre detalhes e impacto do projeto no tráfego da região, no acesso à cidade, além do transporte de cargas. O encontro virtual foi realizado nesta terça-feira (31/10) e contou com a participação do presidente da CCPAR, Gustavo Di Sabato Guerrante, e do coordenador de Arquitetura e Urbanismo da CCPAR, André Moura. A reunião pode ser assistida na íntegra no Canal do Fórum no Youtube.

“Essa discussão da chegada do corredor Transbrasil ao Centro é antiga. Porém, nessa gestão foi tomada a decisão de fazer a conexão do Transbrasil ao chegar no Centro da Cidade por meio de uma conexão com o VLT e com os ônibus municipais”, explicou André.

Ainda de acordo com André, a CCPAR, enquanto empresa pública da prefeitura responsável pela fiscalização do contrato do VLT, ficou com a função de acompanhamento e fiscalização do desenvolvimento de projeto, de implantação da obra e gestão do contrato. Segundo ele, a participação da empresa foi focada na parte do transporte público e na conexão entre os modais, participando das discussões junto à Secretaria de Transportes a respeito do sistema viário e da logística de circulação e mobilidade urbana em geral.

“A parte mais particular desse projeto é o VLT, que tem um sistema de alimentação muito peculiar e não é qualquer um que faz essa intervenção, por isso a CCCPAR assumiu a gerência desses projetos, assim como a do Porto Maravilha. Infelizmente é impossível a realização de obras sem impacto no trânsito durante o processo, mas em dezembro, com a abertura do novo acesso da Avenida Brasil, a Av. Francisco Bicalho ficará um pouco melhor. Algumas melhorias já começam a ser sentidas na Transoeste e na Transcarioca, e serão ainda maiores na Transbrasil. Haverá uma redução agressiva do número de ônibus circulando no Centro da cidade, que entrarão na Av. Francisco Bicalho e na Av. Presidente Vargas, principalmente quando o passageiro puder usar o bilhete integrado para utilizar o VLT até o Centro”, detalhou Gustavo.

O assessor da Presidência na Federação do Transporte de Cargas do Estado do Rio de Janeiro (Fetranscarga), Sergio Vianna, demonstrou preocupação com a restrição de circulação de caminhões de transporte de carga, o que afetaria as atividades do Porto, que atualmente representa a terceira arrecadação de ICMS e provê uma arrecadação de ICSS razoável para a prefeitura, segundo ele.

“O Porto tem hoje uma média de 1.200 caminhões circulando por dia na Avenida Brasil, e a preocupação é que essa restrição aumentaria o engarrafamento e o risco do roubo de cargas. A sugestão é que os caminhões tenham a possibilidade de circular na pista central desde que seja aberta uma agulha da pista central para a lateral após o Hospital de Bonsucesso. Lembrando que é necessário retomar o crescimento nesse setor, pois antes da pandemia havia aproximadamente 2000 caminhões circulando no Porto, que atualmente está retomando esses patamares, com uma faixa de aproximadamente 1400 caminhões”, pontuou.

O especialista de Estudos Econômicos da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (FIRJAN,), Diogo Martins, reforçou que o Porto do Rio funciona 24h apenas em teoria, já que nenhuma empresa transportadora retira carga às 3h da manhã devido ao perigo da Avenida Brasil ou do Arco Metropolitano.

“Caso seja restringido o horário de transporte na parte da tarde, haverá um colapso, pois não há transporte em outro horário e nem capacidade de outras vias para a passagem”, sinalizou.