A Educação Profissional e Tecnológica (EPT) tem como objetivo preparar o aluno para o exercício de uma profissão, desenvolvendo as competências exigidas pelo mundo do trabalho. De acordo com especialistas, existe uma carência desses profissionais no setor produtivo, onde sobram vagas por falta de qualificação. Na reunião da Câmara Setorial de Formação Profissional e Educação Tecnológica, realizada na última quarta-feira (26/09), foram apresentadas propostas de melhorias legislativas para aumentar a participação de jovens e adultos nos cursos de formação técnica de nível médio, além do debate sobre a valorização social de alunos e profissionais técnicos de nível médio. O encontro pode ser assistido na íntegra no Canal do Fórum da Alerj no Youtube.
De acordo com Heitor Mendes, professor do CEFET-RJ e responsável pela apresentação, no Brasil o ensino técnico e profissional é visto como uma opção menos prestigiada em relação ao ensino superior.
“Existe cultura no país de que só é alguém na vida quem faz curso superior. Esse pensamento faz com que jovens que poderiam avançar no nível técnico busquem uma formação de nível superior que muitas vezes ele também não consegue alcançar”, afirma.
Ainda segundo Heitor, o Rio de Janeiro tem uma formação profissional de excelência com institutos federais e estaduais com infraestrutura e corpo técnico capacitado. Porém, a procura ainda é baixa e sobram vagas.
“Sabemos que as crises são cíclicas e quando o país voltar a crescer, teremos um novo apagão de profissionais tanto de nível básico quanto técnico de nível médio. Precisamos aumentar a procura por esses cursos já que temos muitas vagas ociosas. Dessa forma deixamos de promover também o desenvolvimento socioeconômico dessas pessoas”, reforça.
Entre as propostas apresentadas por ele está o estudo de um mecanismo que viabilize aos alunos dos cursos técnicos subsequentes terem acesso gratuito em ônibus municipal em todos os 92 municípios do estado.
Outra sugestão trazida foi a de alterar o texto da Lei Nº 8106/18, que obriga as escolas do Sistema Estadual de Ensino do Estado do Rio de Janeiro a realizarem, no Ensino Médio, atividades destinadas à orientação profissional. Para Heitor, a Lei deveria informar também sobe a possibilidade de formação acadêmica posterior ao Ensino Médio a formação como tecnólogo de nível superior ou a formação por meio da graduação; o ingresso no mundo do trabalho por meio de cursos técnicos subsequentes ao ensino médio, além das possibilidades de ingresso no mercado de trabalho pelo programa de Jovem Aprendiz.
A próxima reunião da Câmara de Formação Profissional e Educação Tecnológica está marcada para o dia 25 de outubro.