Rio em Foco: mapeamento da Indústria Criativa 2022 mostra crescimento do setor no RJ

Segundo dados da Firjan, o Rio de Janeiro é a capital da indústria criativa no Brasil. Enquanto a participação desse setor no PIB brasileiro é de 2,91%, no estado esse número chega a 4,62%. Esses e outros dados podem ser encontrados no Mapeamento da Indústria Criativa de 2022 que também aborda o cenário, as tendências para os próximos meses e como a pandemia da Covid-19 afetou diretamente a área criativa em todo o país. No Rio em Foco desta segunda-feira (12/09) a apresentadora Geiza Rocha entrevista o vice-presidente da Firjan e presidente do Sindicato da Indústria Audiovisual, Sicav, Leonardo Edde, e a gerente de inovação da Firjan, Julia Zardo, para apresentarem as principais informações dessa edição e também para falarem sobre a criação do novo Centro de Referência em Cinema e Audiovisual, localizado em Laranjeiras, Zona Sul do Rio.

De acordo com a publicação, as atividades de tecnologia e consumo cresceram e as de cultura e mídia sofreram retração.

“Tivemos a evolução do consumo e da tecnologia e uma involução da produção cultural, que desde antes da pandemia vinha enfrentando uma despriorização nas políticas públicas. Apesar do audiovisual ter ficado sem produzir nesses dois anos de pandemia, com os cinemas de portas fechadas, por outro lado experimentamos um aumento no uso das tecnologias e consumos das plataformas de streaming. Uma evolução de dez anos em dois. Agora o que precisamos fazer é aproveitar esse momento para retomar o fomento e para colocar nossa propriedade intelectual para ser rentabilizada”, explica Leonardo.

Organizado pela Firjan desde 2008, o Mapeamento da Indústria Criativa tem como base dados oficiais do Ministério do Trabalho e Previdência. Ele acompanha o desenvolvimento da área criativa, verificando sua representatividade, panorama e perspectivas de futuro. Além de cobrir dados de postos formais de trabalho e remuneração em todos os municípios do Brasil. Nesta edição é possível acompanhar de forma mais detalhada a dinâmica da Indústria Criativa em cinco estados (Rio de Janeiro, São Paulo, Bahia, Amazonas e Rio Grande do Sul).

O conteúdo completo pode ser acessado no link https://www.firjan.com.br/economiacriativa/pages/default.aspx.

“Dentro do Mapeamento a gente analisa 13 segmentos da Indústria Criativa separados em quatro grandes áreas: consumo (design, arquitetura, moda e publicidade & marketing), mídias (editorial e audiovisual), cultura (patrimônio e artes, música, artes cênicas e expressões culturais) e tecnologia (P&D, biotecnologia e TIC). A informalidade é identificada como um desafio para conhecer o setor e o tamanho dele. Sendo assim, o que conseguimos mapear é uma parte da potência do que é a indústria criativa no Brasil”, afirma Julia.

A necessidade de formar novos profissionais também foi destacada pelos entrevistados.

“Essa indústria exige profissionais cada vez mais criativos e qualificados, com uma formação mais consciente e direcionada, além de uma renovação de quem já está no mercado. No momento, falta mão de obra para esse segmento e o Centro de Referência Audiovisual vem para isso também, unindo o ensino médio ao técnico para dar velocidade na formação desses futuros profissionais, atendendo as demandas do mercado”, detalha Leonardo.

Centro de Referência em Cinema e Audiovisual da Firjan

O Centro de Referência foi inaugurado em julho de 2022 e disponibiliza educação profissional, serviços e soluções tecnológicas, prototipagem e consultorias para impulsionar não apenas o setor, mas toda a cadeia da indústria criativa fluminense.

“Sabemos que a taxa de desemprego é muito maior entre os jovens, que é quem já nasce acostumado a pensar e produzir nesse formato tecnológico, e a economia criativa pode ser uma saída para a geração de postos de trabalhos para os jovens do Rio e do Brasil. Se conseguirmos alinhar a inovação com a competência desses jovens, teremos uma saída”, afirma Julia.

Leonardo Edde também complementa que “a economia criativa é quem mais emprega jovens de 16 a 29 anos no mundo, além de impulsionar diversos outros setores. É uma locomotiva da indústria criativa e 70% do seu orçamento é destinado a outras indústrias, ou seja, não é uma indústria egoísta. Quando você investe no audiovisual você está investindo no território porque tem o transporte, a alimentação, a hospedagem, a construção civil, o figurino, etc”.

O Rio em Foco é exibido às segundas-feiras, às 22h, na TV Alerj (canal UHF 10.2 e 12 da NET) com reprises no sábado (17/09), às 17h, e domingo (18/09), às 20h. A partir de terça-feira (13/09) o programa fica disponível no canal do YouTube do Fórum da Alerj de Desenvolvimento Estratégico do Estado do Rio e no podcast Quero Discutir o Meu Estado, disponível nas principais plataformas de streaming.