2ª edição do Mulheres que Impactam apresenta empreendimentos que transformam vidas

Transformar a vida de mulheres periféricas e de jovens em situação de vulnerabilidade é o foco de dois empreendimentos de impacto apresentados nesta quinta (27/04) no bate-papo Mulheres de Impacto. Na segunda edição do projeto, a secretária-geral do Fórum da Alerj de Desenvolvimento Estratégico e coordenadora do Movimento Rio de Impacto, Geiza Rocha, conversou com Gizely Hermano, à frente do Encontro com Autoestima, e Gabriela Viana, que lidera o Dandaras da Guanabara. A roda de conversa pode ser assistida na íntegra no canal do Fórum no Youtube.

As duas iniciativas foram recentemente aceleradas por instituições dinamizadoras como a Asplande, que coordena a incubadora de negócios sociais Impacta Mulher junto com a Rede Cooperativa de Mulheres Empreendedoras e o Viva Água, da Fundação Grupo Boticário, que busca soluções para o desenvolvimento sustentável na região hidrográfica da Baía de Guanabara e do seu entorno.

O Dandaras da Natureza surgiu como uma iniciativa de educação ambiental voltada para a capacitação de jovens estudantes da rede pública da região de Cachoeiras de Macacu para formação de condutores de trilhas. Ao longo do trabalho, foi verificado um interesse maior das mulheres em permanecer atuando nas atividades ambientais, o que levou a focar nesse público.

“Fomos surpreendidos pelo entusiasmo das meninas na área, em sua maioria negra e em situação de vulnerabilidade social, com pouca perspectiva de trabalho e renda. Então partimos para a construção de um negócio que pudesse dar a elas uma alternativa e novas oportunidades. Daí surgiu a ideia de criar um turismo de experiência voltado para mulheres e feito por mulheres”, detalhou Gabriela.

Segundo ela, a ideia é aproveitar melhor os atrativos naturais da região e preparar essas jovens para fazer um turismo de natureza de mulher para mulher e para famílias, já que muitas mulheres e mães com filhos se sentem mais à vontade ao terem condutores do sexo feminino.

“O projeto de educação ambiental se tornou então uma alternativa econômica de um grupo na região da Baía de Guanabara”, acrescentou.

Para o futuro, Gabriela almeja levar o projeto piloto para outras regiões.

“Queremos nos formalizar para avançar ainda mais como negócio de impacto e entrar na fase de expansão para municípios como Magé, Itaboraí e Guapimirim”, citou.

A pandemia obrigou Gizely deixar de lado o atendimento presencial de sua clínica de psicologia em Belford Roxo e encarar o virtual. As redes sociais deram ainda mais visibilidade ao trabalho da psicóloga e escritora.

“As mídias digitais ampliaram o meu alcance quando migrei para o virtual. Meu público-alvo são mulheres periféricas, negras em sua maioria, que não acreditam em si e em seu potencial. Trabalho com a construção da autoestima, buscando que elas encontrem a sua melhor versão, desenvolvendo a autoestima, o autoconhecimento e a autoconfiança. Muitas vivem em relacionamentos abusivos e se resgatam nesse processo”, conta.

Gizely explica que ao trabalhar a autoestima muitas dessas mulheres conseguem até uma nova fonte de renda e a independência financeira.

“A autoestima é fundamental nesse processo. Muita gente pensa que se trata apenas de aparência, mas vai muito além disso e inclui vários aspetos. Ao acreditarem em si mesmo e se fortalecerem, elas ganham a independência emocional e com isso conquistam também a independência financeira ao irem atrás dos seus sonhos que tinha ficado para trás por conta de acontecimentos e traumas da vida”, observa.

A roda de conversa Mulheres que Impactam acontece toda última quinta-feira do mês e faz parte da agenda do Movimento Rio de Impacto. A iniciativa foi proposta pela Asplande e agora também conta com o apoio do Movimento Baía Viva.