Rio em Foco conecta realidade com tecnologia no metaverso

O Metaverso promete trazer várias mudanças para o dia a dia das pessoas, até mesmo na maneira de fazer negócios e utilizar os serviços públicos, tudo isso num futuro próximo. Para entender como funciona essa nova realidade, os impactos e desafios, o Rio em Foco desta segunda-feira (23/05) conversa com o presidente e fundador da Alterdata Softwares, Ladmir Carvalho, e com o pesquisador em educação e tecnologia do Instituto de Tecnologia e Sociedade, ITS Rio, Lucas Cabral.

Segundo especialistas, muito em breve as pessoas estarão interagindo nesse ambiente online para conversar, trabalhar, estudar, se entreter, além de adquirir bens materiais por meio de bonecos virtuais customizados que são os avatares.

“O que era sonho ou ficção científica já é algo bem real e já tem empresas ganhando dinheiro com isso e muita gente investindo em pesquisas para o desenvolvimento dessas novas tecnologias. As pessoas precisam entender que é um caminho que não tem volta e vai acontecer”, enfatiza Ladmir.

Como exemplo, ele conta que recentemente uma empresa americana lançou um tênis nesse ambiente virtual e em sete minutos vendeu 3 milhões de dólares. Há também cases nacionais como o lançamento da loja Boticário, que em poucos dias teve 9 milhões de acessos.

Para Lucas Cabral, o poder público também pode se beneficiar desse espaço na redução da burocracia nos processos, em campanhas de conscientização e na promoção de eventos culturais que podem se tornar mais acessíveis para um maior número de pessoas.

“São várias as aplicabilidades para os gestores públicos como a redução de barreiras para atendimento ao cidadão, pulando etapas que podem ser solucionadas nesses espaços virtuais. Campanhas de vacinação podem ser bem-sucedidas mostrando como os avatares podem ser atingidos por um vírus e como a vacina os protegem. Isso sem falar na geração de empregos que a tecnologia pode impulsionar”, cita.

Entre os desafios para que isso de fato aconteça, o da conectividade e os altos preços dos equipamentos estão entre os principais.

“Precisamos resolver questões de infraestrutura como levar uma internet de qualidade para todos os cantos do país e reduzir os custos dos equipamentos. Na pandemia, vimos que as pessoas das áreas mais periféricas não tinham nem celular para acompanhar aulas remotas, imagina um computador que suporte programas mais pesados”, explica Lucas.

Outra questão levantada pela dupla foi a regulamentação desse novo ambiente de forma a garantir a segurança e a proteção de dados pessoais.

“A gente sabe que historicamente primeiro acontecem os problemas e só depois as leis para coibi-los. Seria bom nos anteciparmos a essas questões, capacitar os legisladores para entender o que está acontecendo. Estamos falando de uma tecnologia que evolui numa velocidade gigantesca com um risco muito grande de acontecer fraudes, estelionatos, vírus, e em um universo que a legislação não está preparada. O que me preocupa não são as proteções tecnológicas, mas aquelas que possam blindar as pessoas”, reforça Carvalho.

Eles apostam que essa mudança não será imediata e se dará ao longo do tempo, no futuro teremos as próximas gerações de nativos do metaverso assim como temos hoje os nativos digitais.

“Temos um universo de oportunidades para melhorar serviços, estar mais próximo do cliente, além de uma nova dinâmica de relacionamentos interpessoais. Para isso, as pessoas precisam estar abertas e não resistir a esse movimento porque o mundo vai para essa direção. As pessoas precisam ser mais autodisciplinadas para o autoaprendizado. Hoje qualquer coisa que você queira aprender está na internet”, aposta Carvalho.

Ainda de acordo com o pesquisador do ITS Rio, na era do big data, com um volume e variedade enorme de informações, é preciso buscar atores que sejam especialistas e referências no tema.

“O próprio ITS tem um grupo de pesquisa formado diretamente para estudar tudo o que envolve o metaverso e disponibiliza o material de forma gratuita em seu site”, menciona.

O Rio em Foco é exibido às segundas-feiras, às 22h, na TV Alerj (canal UHF 10.2 e 12 da NET) com reprises no sábado (28/05), às 17h, e domingo (29/05), às 20h. A partir de terça-feira (24/05) o programa fica disponível no canal do YouTube do Fórum da Alerj de Desenvolvimento Estratégico do Estado do Rio e no podcast Quero Discutir o Meu Estado, disponível nas principais plataformas de streaming.