Rio em Foco: na Década do Oceano, Rio terá uma Universidade do Mar

O Rio de Janeiro ganhará em breve uma Universidade do Mar (Unimar) com o objetivo de promover ações de ensino, pesquisa, inovação e conservação na Baía de Guanabara e do seu entorno. O projeto terá a Ilha de Brocoió como sede e faz parte do programa de extensão da Faculdade de Oceanografia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) em parceria com a Associação de Moradores da Ilha de Paquetá (Morena) e o Movimento Baía Viva. No total, cerca de 70 instituições acadêmicas estão apoiando o projeto. Essa iniciativa é tema do Rio em Foco desta segunda-feira (02/05) que recebe o diretor da Faculdade de Oceanografia da UERJ, Marcos Bastos.

“A Universidade do Mar é um misto de saga e desafio que surgiu de uma demanda da Secretaria Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação. Iremos transformar a Ilha de Brocoió, no Arquipélago de Paquetá, num espaço de oferta de cursos e desenvolvimento de pesquisas no casarão que é tombado. Para o anexo, projetamos abrigar um centro de monitoramento”, conta Bastos.

Ele explica que a ideia é ter uma espécie de consórcio entre as instituições de ensino para trabalhar o desenvolvimento sustentável da Baía de Guanabara.

“Não é um projeto exclusivo da UERJ, mas um grande arranjo para pensarmos juntos a gestão compartilhada para dividir as responsabilidades e garantir o protagonismo que a Baía de Guanabara merece”, destaca.

O diretor também lembrou que estamos na Década do Oceano (2021-2030), definida pela Organização das Nações Unidas (ONU), um esforço global e compartilhado que se baseia em conquistas na ciência dos oceanos.

“Estamos no momento da ciência do mar, que faz parte da Agenda 2030, em que são debatidas as questões da concentração de plástico nos oceanos e as mudanças climáticas. Temos de utilizar o nosso maior símbolo, que é a Baía de Guanabara, para realizarmos uma série de ações, acordos e cumprimentos de exigências. A agenda azul é uma questão de sobrevivência e ela empurra a todos, universidades, governo e prefeitura”, declara.

Segundo ele, a despoluição da Baía de Guanabara estará no foco das ações da Unimar.

“A Baía de Guanabara é responsável por uma série de atividades econômicas e ainda possui uma pesca significativa. Existe um conjunto de serviços ecossistêmicos que precisam ser resgatados ou desenvolvidos. Isso só será possível com melhorias de saneamento. Já se jogou muito recurso e a eficácia das ações foi tímida”, afirma.

A Unimar contará com o navio oceanográfico da Uerj, que foi o primeiro do gênero no estado, com apoio da Finep, Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj), e da Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação do Rio de Janeiro (Secti) e com o navio-escola da Universidade Federal Fluminense (UFF).

“A parceria com a UFF é estratégica e vai nos permitir o uso conjunto das embarcações, com foco na formação de recursos humanos na graduação de alunos e também dos equipamentos para fazermos levantamentos fundamentais para subsidiar as políticas públicas de ordenamento de uso e conservação de recursos”, frisa.

Um dos desafios para a realização do projeto esbarra na instalação de um cais.

“O acesso à ilha é altamente assoreado, com calado baixo, que cerceia a chegada de embarcações e também do nosso navio oceanográfico. Esse é o ponto nevrálgico que precisamos solucionar com dragagem e instalação de um cais”, aponta.

O Rio em Foco é exibido às segundas-feiras, às 22h, na TV Alerj (canal UHF 10.2 e 12 da NET) com reprises no sábado (07/05), às 17h, e domingo (08/05), às 20h. A partir de terça-feira (03/05) o programa fica disponível no canal do YouTube do Fórum da Alerj de Desenvolvimento Estratégico do Estado do Rio e no podcast “Quero Discutir o Meu Estado”, disponível nas principais plataformas de streaming.