Rio em Foco aborda a força da marca do carnaval do Rio

Após dois anos sem ser celebrado, em virtude da Covid-19, o carnaval do Rio de Janeiro retorna em abril de 2022. Segundo estimativas, antes da pandemia, em 2020, a festa reuniu mais de 10 milhões de pessoas e, para os apaixonados pelo carnaval de rua, foram aproximadamente 6.900 foliões ao longo de 428 desfiles realizados por 376 blocos oficiais. O carnaval, além de ser um evento importante no calendário carioca, também é um ativo econômico e estratégico na geração de emprego, tema do Rio em Foco desta segunda-feira (18/03) que recebe o pesquisador do Laboratório de Inteligência Artificial da UniRio, Gabriel Pinto, e o especialista em economia da cultura, Luiz Carlos Prestes Filho.

“O carnaval traz uma valorização e promoção da marca Rio de Janeiro e do Brasil impressionantes. Só para termos uma ideia, o desembarque internacional aumenta 40% durante esse período. Nenhuma outra ativação de marca que o país faz não tem nem de perto esse alcance”, aponta Gabriel.

Apesar da enorme potência que a festa representa, o especialista em economia da cultura Luiz Carlos Prestes Filho explica que o carnaval brasileiro não tem uma rubrica no Ministério da Cultura e por isso não é contemplado pelas políticas públicas municipais e estaduais.

“Precisamos colocar o carnaval no Plano Plurianual do Governo Federal e na Lei de Diretrizes Orçamentárias. Hoje o carnaval não existe do ponto de vista da estrutura tributária. Com a rubrica, a gente consegue que, de um ano para o outro, o carnaval apareça em todos os ministérios com impacto nos governos estaduais e municipais, podendo já receber 500 milhões de reais”, esclarece Prestes, que também é autor da pesquisa Cadeia Produtiva da Economia do Carnaval.

Segundo Gabriel Pinto, o carnaval é a manifestação cultural mais importante do Brasil e deveria ter a garantia de uma política de estado e não de governo.

“O carnaval gera vários benefícios econômicos e deveria estar estabilizado com uma estratégia pública e não sujeito a oscilações da situação econômica ou sanitária, como ocorreu agora, para depois ser pensada numa compensação”, afirma.

Para ele, o momento é de repensar o carnaval por seu valor intangível que, se for potencializado, pode trazer muitos benefícios. Dentre as oportunidades, Gabriel cita a criação de um museu do carnaval e cursos com base no desenvolvimento e profissionalização das atividades.

“Um museu para contar a história do carnaval é uma forma de valorizar a propriedade intelectual. Também podemos aproveitar o carnaval de rua para a criação de escolas de músicas, cursos de profissionalização para os ambulantes e empreendedorismo para os blocos. São estratégias de políticas públicas que vão funcionar diretamente no contexto do carnaval e valorizam essa experiência”, detalha.

O Rio em Foco é exibido às segundas-feiras, às 22h, na TV Alerj (canal UHF 10.2 e 12 da NET) com reprises no sábado (23/04), às 17h, e domingo (24/04), às 20h. A partir de terça-feira (19/04) o programa fica disponível no canal do YouTube do Fórum da Alerj de Desenvolvimento Estratégico do Estado do Rio e no podcast “Quero Discutir o Meu Estado”, disponível nas principais plataformas de streaming.