No Dia da Mulher, Fórum participa de evento sobre presença feminina na política

No Dia Internacional da Mulher, comemorado nesta terça-feira (08/03), a secretária-geral do Fórum da Alerj de Desenvolvimento Estratégico participou de um evento virtual focado em incentivar a presença de mulheres na política. O encontro reuniu 33 representantes de 12 países para debater a importância para a democracia de fortalecer a representatividade feminina. Dentre os temas abordados estiveram a desigualdade de gênero e os desafios assumidos pelas mulheres que atuam na vida pública em diversos cantos do mundo. Em sua fala, Geiza abordou a questão da capacitação para o empoderamento feminino. Para assistir, clique aqui.

Durante a sua apresentação, a secretária-geral do Fórum destacou que o Brasil integra desde 2012 o Grupo Interinstitucional de Peritos em Estatísticas de Gênero (Inter-Agency and Expert Group on Gender Statistics), coordenado pela ONU e composto por representantes de estatísticas de gênero de instituições internacionais, regionais e nacionais. Desde então, foi elaborado um conjunto mínimo de estatísticas para servir de parâmetro e mensuração da desigualdade de gênero por países e regiões.

“O Brasil possui resultados importantes em relação ao acesso das mulheres à educação e ao ensino superior. Sei que não é a realidade de muitos países ainda. Nossas mulheres, estatisticamente, estão mais bem qualificadas do que os homens no quesito tempo de escolaridade. Porém esses resultados ainda não se refletem nem no mercado de trabalho, nossos salários são ainda menores do que o dos homens, nem na ocupação de espaços de liderança nas empresas e nem na representatividade política”, frisou.

Dados apresentados por Geiza apontam a disparidade de 73,3% dos homens ocupados para 54,4% das mulheres empregadas no país.

“Analisando os dados conseguimos reconhecer o papel das políticas públicas e sociais que abriram caminhos para a melhoria dos índices e do acesso aos estudos. Porém, as horas dedicadas aos afazeres domésticos ainda é discrepante, e se reflete na disponibilidade dessas mulheres aos ritos de ascensão na carreira. Elas podem fazer tudo desde que deem conta de suas casas”, afirmou
Sobre a participação feminina na política, Geiza acredita que é preciso vencer a barreira cultural.

“Temos logrado êxito em nos capacitar, mas os avanços na participação política e pública ainda são tímidos porque mudar a nossa cultura leva mais tempo. Se nós, mulheres, não começarmos a olhar seriamente para isso, o quadro não tem a menor possibilidade de mudar. Temos que começar de onde estamos, com o que temos, e como podemos. Não dá tempo de esperar que os ventos mudem”, pontuou.
Para ela, a capacitação é uma importante ferramenta, mas não são apenas os títulos e cursos que vão conceder o acesso e abrir as portas da igualdade.

“Precisamos estar dispostas e, conhecendo o tamanho do desafio, criar uma rede de suporte e apoio, formada pela família, pelos maridos, por outras mulheres, e por quem, assim como nos, enxerga a importância da participação efetiva das mulheres nos espaços públicos e políticos. Cabe a nós empoderar essas mulheres. Será o nosso olhar sobre o que fazem, o que propõem, o que produzem que vai ajudar a trazer mais mulheres para a arena”, finalizou.