Fórum mostra soluções adotadas pelo ensino profissionalizante durante a pandemia

A Câmara Setorial de Formação Profissional e Educação Tecnológica segue mostrando e debatendo as experiências de ensino remoto durante a pandemia. Na última reunião (17/11), o foco foi o ensino profissionalizante e de requalificação profissional conduzido pelas organizações do Sistema S. Muitos cursos apresentados são gratuitos e a maioria dos setores relata a necessidade de mão de obra qualificada, inclusive com oportunidades para jovens aprendizes em busca do primeiro emprego. Assista à reunião clicando aqui.

Raquel Lima, coordenadora pedagógica do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), revelou que apesar das dificuldades da pandemia, o faturamento do setor agrícola fluminense cresceu 10% em 2020 e, com o desenvolvimento, veio a demanda por qualificação. “Nossa primeira medida foi desenvolver e-books, cartilhas e podcasts que orientavam desde os cuidados com a Covid e protocolos sanitários, até a qualificação. Nossas cartilhas tiveram 410 mil downloads neste período", conta.

Além de adaptar seus cursos às restrições do período, o Senar desenvolveu modalidades de assistência técnica virtual. Uma experiência inovadora que adaptou práticas de monitoramento de qualidade essenciais à produção para o ambiente on-line. "O produtor é assistido por meio de e-mail, telefone, com o técnico de campo acompanhando e com uma visita presencial em espaços abertos. Fomos bem-sucedidos e agora pretendemos expandir essa prática para mais setores da agroindústria”, anuncia Lima.

O Serviço Social do Transporte e o Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte (Sest/Senat) encarou o desafio de manter funcionando um serviço essencial e, para isso, desenvolveu rapidamente práticas de cuidado e atenção em Saúde. "Em um primeiro momento, nossas 159 unidades espalhadas por todo o Brasil fizeram um trabalho informativo, em parceria com diversas instituições públicas, voltado para o trabalhador do transporte sobre as restrições sanitárias e os cuidados com a Covid-19. Os atendimentos nos setores de fisioterapia, nutrição e psicologia passaram a ser feitos de forma híbrida (presencial e on-line), em especial o serviço de psicologia, porque nossos funcionários ficaram muitos sozinhos, e tiveram que enfrentar o medo de seguir trabalhando”, destaca André Zanola, diretor do Sest Senat.

O sindicato patronal do setor de transportes também transformou sua prática pedagógica durante a pandemia, passando a oferecer mais de 200 cursos, a maioria deles gratuitos, que podem ser acessados em qualquer horário pelo trabalhador do sistema de transportes e pela comunidade em geral. "No primeiro momento zeramos as práticas presenciais. Mais recentemente, voltamos para as salas de aulas com adequações e higienização mantendo a distância entre professores e alunos. Nossas web-aulas estão sendo desenvolvidas em uma plataforma que oferece não só os conteúdos, mas também realiza avaliações e monitora a frequência dos alunos”, explicou Zanola.

Já o Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo no Estado do Rio de Janeiro (SESCOOP/RJ) adaptou todos os ramos de aprendizagem e desenvolvimento à realidade da pandemia. Oferecendo 38 cursos e eventos remotos totalmente gratuitos. “Nosso número de cooperados atendidos praticamente triplicou entre 2019 e 2021. Atendemos 1.842 pessoas entre janeiro e setembro deste ano em todas as 112 cooperativas do estado”, afirma Lucas Oliveira, analista de Formação Profissional do Sescoop/RJ.

Jovens Aprendizes

Raquel Lima destaca que existe uma demanda reprimida nos setores agrícolas por jovens qualificados, por isso o Senar implementou um serviço de orientação vocacional que mostra aos jovens as possibilidades de carreira na área rural.

“Nós fizemos parcerias com as empresas e readequamos nossas práticas de ensino para o ensino remoto. Capacitamos nossa equipe docente para esse momento da Educação, por meio da plataforma de Educação à Distância do Senar, que vai reunir todo nosso portfólio de cursos. Fizemos também um trabalho vocacional para os jovens por meio do 'Prepara Jovem Rural', que complementa o ensino básico. Hoje quem se forma nos nossos cursos já costuma sair empregado”, destaca Raquel Lima.

O Sest/Senat reforça a necessidade de qualificação. Zanola pontua que os cursos oferecidos pela instituição podem funcionar complementarmente à formação escolar e universitária, além de proporcionar aos alunos uma ajuda de custo durante sua trajetória acadêmica. "Oferecemos cursos específicos para o programa de jovens aprendizes que oferecem capacitação profissional na área de Administração, de Mecânica, de Elétrica, de Operador Logístico e também um curso de fretamento. Agora oferecemos estes cursos a qualquer tempo, em que criamos um módulo básico e outros módulos mais diversificados que podem ser solicitados pelas empresas depois”, explica o diretor do Sest Senat.

Os jovens aprendizes são muito beneficiados pelo "capacitacop", que oferece mais de duas dezenas de cursos de atualização ou complementação da formação profissional on-line e gratuitos. "É uma plataforma bastante dinâmica que foi adaptada para funcionar bem não só em computadores, mas também em celulares e tablets. Os cursos são voltados não só para os cooperados, mas também para a comunidade em geral e para universitários”, esclarece Lucas Oliveira.

A próxima reunião da Câmara Setorial de Formação Profissional e Educação Tecnológica está marcada para o dia 8 de dezembro, às 15h, e irá abordar o amadurecimento do desenho do Observatório de Educação.