Rio de Janeiro cai seis posições e é o pior da região sudeste em ranking de competitividade

Mesmo sendo a segunda maior economia do país, o Rio de Janeiro ocupa apenas a 17ª posição no Ranking de Competitividade dos Estados de 2021, elaborado pelo Centro de Liderança Pública (CLP), em parceria com a Tendências Consultoria Integrada. O estado perdeu seis posições na classificação geral nos últimos doze meses e está em posição ainda mais delicada quando a avaliação é sobre as contas públicas: o estado é o último colocado no indicador de solidez fiscal. O Rio em Foco desta segunda-feira (01/11) recebe Lucas Cepeda, coordenador de competitividade do CLP, que vai explicar os motivos da queda e avaliar as razões que levam à esperança de um futuro mais competitivo para a economia fluminense.

“No último ano o Rio piorou muito nos indicadores de segurança pública e também na questão da solidez fiscal, que agora ocupa a última posição no ranking. São os dois pilares que mais contribuíram para a queda de posições do estado”, explica Cepeda.

O estado do Rio perdeu posições em sete dos 10 pilares do ranking. Mesmo renovando o regime de recuperação fiscal e aprovando a reforma da previdência e da administração pública estadual, o estado ainda é avaliado como o pior ente da federação quando o quesito é a solidez fiscal. “O pilar da solidez fiscal é composto por uma série de indicadores: taxas de investimento; regra de ouro; solvência fiscal; resultado primário; gasto com pessoal; índice de liquidez e poupança corrente”, revela Cepeda.

Apesar da deterioração no ranking geral de competitividade, o Rio é o segundo colocado no que diz respeito à capital humano, o que segundo Cepeda, fornece uma das chaves para superar as dificuldades. “Quando a gente olha para esse pilar de capital humano a gente leva em conta questões como custo da mão de obra, população economicamente ativa com ensino superior, produtividade e qualificação dos trabalhadores. O Rio está comparativamente muito bem posicionado nestes indicadores, o que deve facilitar a retomada econômica e a atração de investimentos”, pondera Cepeda.

Lucas Cepeda avalia que o estado deve melhorar também em questões ligadas ao investimento público nos próximos anos. “Quando a gente olha a questão do saneamento básico, o Rio ocupa a 11º posição, mas com a privatização da Cedae a expectativa é que haja uma melhora neste aspecto, assim como na questão da perda de água, que é importante quando se avalia o tema da sustentabilidade”, afirma.

O Ranking de competitividade é formado por 86 indicadores que procuram traduzir o estágio do desenvolvimento econômico social e ambiental das 27 unidades da federação, com o objetivo de melhorar a gestão pública. Os indicadores são organizados em 10 pilares: infraestrutura, segurança pública, solidez fiscal, sustentabilidade social, educação, sustentabilidade ambiental, capital humano, eficiência da máquina pública, potencial de mercado e inovação.

“Nós vemos o ranking como um mecanismo de bem-estar social. Não é um fim em si mesmo, mas uma forma de avaliar o bem-estar social por meio do trabalho com dados, indicadores, fatos e evidências para ajudar as lideranças políticas a definir quais são as prioridades dos estados, onde devem ser alocados mais recursos para políticas públicas”, destaca Cepeda.

O Rio em Foco é exibido as segundas-feiras, às 22h, na TV Alerj (canal UHF 10.2 e 12 da NET) com reprises no sábado (06/11), às 17h, e domingo (07/11), às 20h. A partir de terça-feira (02/11), o programa fica disponível também no canal do Fórum da Alerj de Desenvolvimento Estratégico do Estado do Rio no YouTube, e no podcast "Quero Discutir o Meu Estado", disponível nas principais plataformas de streaming.