O setor cultural foi um dos mais atingidos pela pandemia. Para não encerrar as atividades, as empresas do ramo precisaram se adaptar rapidamente ao ambiente virtual já que o show não pode parar. A roda de conversa com empreendedoras de impacto do mês de agosto ouviu o relato de duas mulheres sobre os efeitos da crise da covid-19 nos negócios do segmento cultural e também as oportunidades que surgiram com essa conjuntura.
Alessandra Carvalho, da Arte Faz Parte, produtora com foco em arte e educação voltada para eventos itinerantes dentro de escolas em áreas de vulnerabilidade conta como foi viver esse momento. “Após 12 anos de trabalho fomos pegos de surpresa com o cancelamento de toda a agenda de eventos e fechamento das escolas. Porém, também foi um período de oportunidades, em que aproveitamos para fazer treinamentos e nos adaptamos às atividades online”, explica.
Segundo ela, a presença nas redes sociais, que era um projeto para o futuro, acabou sendo colocada em prática às pressas. Durante esse período a produtora ofereceu oficinas de arte e poesia, além de espetáculos virtuais “Conseguimos nos segurar financeiramente e emocionalmente com as lives durante esse período. Esses eventos permitiram manter as pessoas em casa e ainda aprendemos novas ferramentas de trabalho”, detalhou Alessandra que acredita que o futuro será híbrido.
“Precisamos do calor humano e a internet é fria, mas mesmo com a volta total do presencial, continuaremos presentes nas plataformas digitais, que veio pra ficar”, acredita.
Já a Bianca Pacheco, da Bia&Cia Entretenimento, a pandemia foi e continua sendo desafiante. Ela destacou as parcerias e conexões feitas nesse momento como essenciais para manter os negócios funcionando. Por meio da Lei Aldir Blanc, ela organizou a a primeira edição do Conexão dos Crias, evento híbrido que promove uma conferência e exposição de artistas da Região da Ilha Grande (Angra dos Reis) para divulgar a cultura local, que é Patrimônio Natural e Cultural da Humanidade pela UNESCO.
“Com a ajuda de parceiros e utilizando a tecnologia, conseguimos mapear o território para criar espaços coletivos de trocas, fortalecendo e valorizando o ecossistema cultural da região, além de construir uma grande rede colaborativa através da arte, da criatividade e das novas tecnologias”, conta.
Para o futuro Bianca quer continuar trabalhando com as conexões em rede e fazendo um link entre os projetos e a Agenda 2030 da ONU. “Precisamos mostrar a cultura como um objeto social de transformação, com o objetivo de não deixar ninguém para trás, como prega a Agenda 2030. Para isso, temos de trabalhar o ODS 17, que fala sobre a importância das parcerias nesse processo”, concluiu.
No mês de agosto serão realizadas duas rodas de conversa com empreendedoras de impacto social e ambiental. O próximo encontro será no dia 26/08, das 11h às 12h30.