Criação de marco regulatório estadual para o turismo é defendido durante live no Instagram do Fórum

O Fórum realizou nesta quinta (10/06) uma live no Instagram que abordou uma agenda estratégica para movimentar o segmento de turismo no estado. O bate-papo com o presidente da Federação de Convention & Visitors Bureaux do Estado do Rio de Janeiro, Marcos Navega, foi mediado pela secretária-geral do Fórum, Geiza Rocha. No encontro ele ressaltou a importância da Alerj trabalhar na criação de uma Lei Geral estadual do Turismo, com base no marco regulatório federal, adaptado à realidade fluminense.

“O Rio de Janeiro tem uma vantagem competitiva de ter um turismo muito bom tanto de mar quanto de serra, dois dos principais polos. Além de ser um estado com vocação turística, fica próximo a São Paulo e Minas Gerais, atraindo viajantes desses locais, que são os que mais viajam. Ter uma política estadual de turismo facilita o planejamento, desenvolvimento e estímulo ao setor”, destacou Navega. Segundo ele, Paraná e Minas Gerais são dois estados que já aprovaram suas leis estaduais de turismo.

Após um ano da crise da covid-19, o setor de turismo ainda busca se recuperar das perdas focando no turismo doméstico e de proximidade, única aposta possível no momento.

“O brasileiro passou a viajar mais para dentro do país. O carioca também passou a visitar mais o interior do estado. Com as famílias reféns dos apartamentos, elas foram buscar um maior contato com a natureza no interior. Da mesma forma, pessoas de todas as regiões do estado descobriram todas as mudanças e novos pontos turísticos que surgiram na capital, principalmente após a realização dos megaeventos esportivos como a Copa do Mundo e Olimpíadas”, explicou.

Uma das ações realizadas em parceria com a Secretaria de Estado de Turismo durante a pandemia foi a criação do Selo Turismo Consciente, com objetivo de orientar empresas e auxiliar os turistas para a retomada da atividade, com medidas para mitigar o risco de contágio da Covid-19 em ambientes como hotéis e restaurantes, por exemplo.

“Mudamos diversos hábitos de consumo com a pandemia. Passamos a fazer reservas nos restaurantes, que reduziram a capacidade e os quartos dos hotéis agora passam por uma quarentena entre um hóspede e outro. Foi criada também uma cartilha com os 10 mandamentos do turismo consciente. Já o selo segue exemplos pelo mundo de utilização do princípio da autodeclaração”, salientou. Ao assinar os termos para obter o selo, o estabelecimento se responsabiliza pela adoção das medidas recomendadas pela cartilha, impactando na imagem positiva da cadeia produtiva do turismo local, além de oferecer credibilidade ao consumidor.

A capacitação da mão de obra para trabalhar no setor turístico também foi pensada para esse período de pandemia e pós-pandemia.

“O trade turístico discutiu com o Ministério do Turismo quais seriam os tipos de cursos que precisávamos nesse momento, o que nunca tivemos oportunidades de fazer antes. Em janeiro iniciamos uma turma de 300 alunos e a segunda turma já contou com 900 pessoas”, afirmou.

Dentre os principais cursos oferecidos estão o de marketing digital para alavancar a divulgação do destino, das empresas, assim como a comercialização dos produtos turísticos.

“A gente precisa usar mais as redes digitais para divulgação e crescimento do turismo. Também foram oferecidos cursos para recepção de turistas aos taxistas e motoristas de aplicativo, assim como de gastronomia para auxiliar cozinheiros de restaurante, mas sem essa pegada gourmet. Foi ensinado a utilização de temperos, os benefícios dos produtos orgânicos, por exemplo, para pessoas que não tinham essa qualificação e ganharam certificados”, contou.

As linhas de créditos para o setor também foram debatidas na live, como o FUNGETUR (Fundo Geral de Turismo), destinado somente à iniciativa privada, o CADASTUR, e o PROGESTUR.

“O Rio de Janeiro tem mais de 10% dos municípios categoria A de todo país, em classificação do Ministério do Turismo. São sete (Angra dos Reis, Paraty, Petrópolis, Búzios, Macaé, Cabo Frio e capital), dos 63 existentes no Brasil. Também somos muito fortes na categoria B. Porém, não estamos conseguindo acessar os recursos federais disponíveis, e precisamos fazer isso urgentemente já que é imprescindível para a geração de empregos e arrecadação de impostos para o estado”, concluiu.