Criação da política estadual de negócios de impacto é apresentada em encontro latino-americano

O Fórum da Alerj de Desenvolvimento Estratégico participou nesta sexta (28/05) do primeiro encontro da Cúpula Latino-Americana de Liderança Pública para a Reativação Econômica de Triplo Impacto. Durante o painel “Brasil: criando um sistema nacional de negócios de impacto", o coordenador da Estratégia Nacional de Investimentos e Negócios de Impacto (ENIMPACTO), Lucas Ramalho, destacou o papel da iniciativa na mobilização e envolvimento do ecossistema e importância do apoio do poder público nessa agenda.

“Temos conseguido mostrar que arranjos inovadores de governança podem ser decisivos no alcance de resultados de políticas públicas. Desde a criação da ENIMPACTO, em 2017, o número de negócios de impacto no país mais do que dobrou e o investimento de impacto quadruplicou, chegando a mais de 785 milhões de dólares”, frisou Ramalho.

Segundo um levantamento da Pipe Social, o Brasil tem hoje 1272 empreendimentos de impacto e vem despontando no cenário mundial. De acordo com Ramalho, o Brasil foi escolhido pela OCDE, juntamente com o Reino Unido, como exemplo para países que desejam fomentar o campo de investimentos em negócios de impacto.

“O resultado mais importante da ENIMPACTO sem dúvidas é a sua disseminação nos governos subnacionais. O fato de inspirar governos estaduais a criarem suas estratégias de investimentos em negócios de impacto, como no caso do Rio Grande do Norte, Rio de Janeiro e Minas Gerais, Paraíba e Distrito Federal”, afirmou Ramalho. Ele também acrescentou que São Paulo, Ceará, Alagoas e Goiás já estão com projetos de lei tramitando em suas respectivas assembleias legislativas, criando a base do Sistema Nacional de Investimento de Impacto.

O Rio Grande Norte foi o pioneiro na criação de uma estratégia estadual, seguido pelo Rio de Janeiro (Lei 8.571/2019). No evento, a secretária-geral do Fórum detalhou como foi o processo que culminou na aprovação da lei. Diferentemente do estado do Nordeste, onde foi proposto pelo executivo, no Rio de Janeiro o processo foi feito pelo legislativo, articulado em discussões do Fórum da Alerj de Desenvolvimento Estratégico e do Movimento Rio de Impacto, capitaneado à época pelo Sebrae-RJ.

“ O Fórum discute o tema desde 2016, quando criou um grupo de trabalho para mapear os atores desse ecossistema no estado. A lei foi votada e sancionada em 2019 e prevê a criação de um comitê responsável por instituir a política estadual. No momento esse processo está tramitando no executivo e intensificamos as discussões assumindo a coordenação do Rio de Impacto, um movimento que reúne instituições de apoio aos negócios de impacto no estado”, contou Geiza.

Sobre a criação do Sistema Nacional de Investimentos de Impacto, Geiza afirmou ser extremamente importante levar a discussão para os municípios.

“É impossível caminhar sozinho nessa pauta e o estado tem um papel fundamental de incluir os municípios nessa agenda, já que é na cidade que as coisas acontecem de fato. Com a criação do Sistema Nacional será possível caminhar com mais velocidade, tão necessária nesse momento de pandemia em que os desafios se tornaram ainda maiores”, finalizou.