De acordo com um estudo publicado pela Fundação Getulio Vargas em 2013, 59% dos negócios sociais demandavam investimentos de terceiros. Em 2021, o Sebrae ( Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) acaba de lançar a 2ª edição do guia sobre oferta de capital para o setor. O diagnóstico é de que existem muitos novos instrumentos de estímulo às finanças sociais, que precisam ser difundidos, seja entre os mil empreendedores de impacto que já atuam no país, seja entre os novos interessados em empreender. O Rio em Foco desta segunda-feira (24/05) conversa com Juliana Oliveira, analista do Sebrae-RJ, que coordenou a 2ª edição do guia sobre oferta de capital para negócios de impacto.
“Apesar dos avanços que consolidamos nos últimos anos no ecossistema, a gente ainda ouve relatos dos empreendedores dizendo que não conseguem acessar capital, e também ouvimos queixas de gestores de recursos dizendo que não conseguem encontrar negócios aptos a receber capital. Então a gente espera que a nova edição do guia dê uma luz para os empreendedores”, revela Juliana Oliveira.
A 2ª edição do Guia "Negócios de impacto: oferta de capital" do Sebrae-RJ tem 137 páginas e traz um passo a passo sobre os estágios de desenvolvimento de negócios de impacto, os mecanismos de captação disponíveis, dicas de empreendedores e investidores de impacto, assim como um glossário, com os termos técnicos, já que muitos deles são em inglês. “A cereja da nova edição é uma entrevista que fizemos com investidores e empreendedores. Trouxemos a visão dos investidores que contam o que buscam nos negócios de impacto que financiam, como também falamos com empreendedores que tiveram sucesso na captação e contam como se preparam. São dois capítulos com dicas bem práticas”, conta Oliveira.
O guia revela que investidores buscam negócios que conseguem mensurar de forma clara seu impacto no ecossistema. Por isso, a publicação traz diferentes mecanismos que auxiliam na maturação dos negócios. “A mensuração é um caminho que temos que percorrer. Os negócios de impacto geralmente ainda não estão tão maduros a ponto de medir os resultados de sua atuação, mas se os empreendedores de impacto assim que começam a modelar os seus negócios já pensam na sua tese de impacto, a missão do negócio dele, ele já vai ter respostas para metade das perguntas que os empreendedores fazem”, ensina a representante do Sebrae-RJ.
Juliana Oliveira destaca que os negócios de impacto geralmente precisam de uma pequena oferta de capital para se desenvolverem e, o ecossistema atual começa a se estruturar para pulverizar os recursos entre um maior número de empreendedores. “O campo está crescendo: quando a gente tem a Sitawi, trazendo uma nova plataforma de financiamento coletivo, quando a gente tem novos financiamentos híbridos e family offices interessados em negócios de impacto, isso é um avanço e nós temos que celebrar os avanços do ecossistema de negócios de impacto”, descreve
A 2ª edição do Guia "Negócios de impacto: oferta de capital" pode ser acessado gratuitamente aqui.
O Rio em Foco é exibido as segundas-feiras, às 22h, na TV Alerj (canal UHF 10.2 e 12 da NET). A partir de terça-feira (25/05), o programa fica disponível também no canal do Fórum da Alerj de Desenvolvimento Estratégico do Estado do Rio no YouTube, e no podcast "Quero Discutir o Meu Estado", disponível nas principais plataformas de áudio. Na TV Alerj, as reprises serão exibidas no sábado (29/05), às 17h, e domingo (30/05), às 20h.