Fiocruz lança plataforma de troca de experiências em práticas acessíveis e inclusivas

O IdeiaSUS, plataforma colaborativa de soluções em saúde e Ambiente, lançou nesta sexta (14/05) a Comunidade de Experiências e Práticas Acessíveis e Inclusivas, com o intuito de trocar informações e disseminar boas práticas que possam ser reproduzidas. A iniciativa é uma cooperação técnica entre a Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ), A Escola Nacional de Administração Pública (ENAP), e envolve também o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CONASS) e o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (CONASEMS), no âmbito da Rede de Apoio à Gestão Estratégica do SUS.

Qualquer pessoa pode se cadastrar gratuitamente para fazer o relato de projetos que tentaram solucionar algum desafio de acessibilidade e inclusão nos diversos municípios do Brasil. Também é possível acessar para buscar ideias bem-sucedidas que já foram postas em prática. O cadastro é feito pelo link: www.ideiasus.fiocruz.br/portal/

Para o coordenador-geral do IdeiaSUS e Coordenador de Relações Interinstitucionais da Fiocruz, Valcler Rangel Fernandes, o trabalho colaborativo traz para a sociedade uma reflexão sobre como enfrentar e trabalhar as questões das pessoas com deficiência.

“O IdeiaSUS é um banco de práticas e soluções em saúde para dar visibilidade à temática, e agora vamos ter também uma comunidade voltada à inclusão e acessibilidade, buscando a melhoria da qualidade de vida desse grupo. Temos de respeitar a regra básica quando se trata de pessoas com deficiência, que é a de perguntar como fazer antes de prosseguir”, frisou Valcler.

Durante o evento de lançamento, o advogado e membro da Comissão Nacional de Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência da OAB, Joelson Dias, lembrou que o Brasil tem uma legislação específica e avançada para garantir os direitos das pessoas com deficiência, mas que é preciso garantir a efetividade na prática, principalmente com a atuação dos conselhos.

"O 'lema nada sobre as pessoas com deficiência sem as pessoas com deficiência' não é apenas uma proposta. Temos de garantir a participação efetiva das pessoas com deficiência nas políticas públicas desde o seu desenho até a concepção, além de ter certeza de que o poder legislativo e o judiciário também estarão olhando para esse grupo”, ressaltou.

O membro do Conselho Estadual de Saúde de Goiás, representando a Associação dos Deficientes Visuais de Goiás (ADVEG) e Coordenador Local da Pesquisa da Rede PMA Fiocruz, Alisson Azevedo, destacou que é preciso que as pessoas com deficiência ocupem seus espaços.

“Precisamos desse lugar de fala e empoderamento. O cuidado não pode vir como tutela. Para isso, temos de ocupar os espaços e lacunas utilizando as normas existentes como instrumento”, defendeu.

Já a coordenadora do Projeto de Pesquisa da Rede PMA Fiocruz/APS e do Departamento de Administração e Planejamento em Saúde da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (DAPS/Ensp/Fiocruz), Laís Costa, finalizou o evento dizendo que a convivência é a chave da inclusão.

“A acessibilidade não é um processo ainda naturalizado na nossa sociedade, ainda estamos fazendo esse esforço. Se você não convive com toda essa diversidade humana, você se permite não perceber que você exclui. Esse projeto vem para ajudar nesse processo, multiplicando os espaços com a inclusão da sociedade civil e das pessoas com deficiência", finalizou.