Na segunda edição do Café com PLS, realizada nesta sexta (26/03), representantes da Advocacia-Geral da União (AGU), Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJDF) e da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) se reuniram para debater as vantagens e desafios do Plano de Logística Sustentável (PLS). O evento virtual também teve como intuito ampliar a discussão sobre a implementação do PLS nos estados e municípios. Para os participantes, cabe ao setor público estimular essa discussão com a sociedade ao mesmo tempo em que contribui para a Agenda 2030 da ONU. Para assistir o encontro na íntegra clique aqui.
Segundo a coordenadora de gestão socioambiental do TJDFT, Adriana Tostes, o PLS é um instrumento de apoio ao planejamento estratégico que permite uma avaliação sistêmica do órgão como um todo e da alocação de recursos. “É um mecanismo imprescindível do qual nenhum gestor pode abrir mão e traz a sustentabilidade como um valor. Ele dá suporte às tomadas de decisões”, ressaltou.
Sobre as experiências exitosas do órgão, ela citou a terceirização do transporte, reduzindo gastos com frota, manutenção e combustível e a eliminação da compra de garrafas de 500ml de água. “Apenas em 2020 economizamos R$25 milhões. Com base no monitoramento dos dados do PLS, percebemos que 20% dos nossos contratos utilizavam 80% do nosso orçamento. Dessa forma fizemos melhorias nos contratos gerando economia e proporcionando ganhos sociais e ambientais”, disse.
Para a secretária-geral do Fórum da Alerj de Desenvolvimento Estratégico, Geiza Rocha, a atuação em rede é fundamental para que esse processo avance na administração pública. “É muito importante mostrar quem já andou à frente e as mudanças estruturais que já aconteceram para inspirar e facilitar o caminho para quem está começando”, afirmou.
Durante o encontro ela apresentou as ações sustentáveis da nova sede da Alerj, no Edifício Lúcio Costa, que terá reaproveitando de água para o sistema de ar condicionado, acessibilidade, e detalhou a participação do órgão no Projeto Light Recicla na gestão de resíduos. “Com a chegada do novo mobiliário, as caixas de papelão e o plástico foram encaminhadas para o projeto da concessionária, que troca resíduos por bônus na conta de energia elétrica, gerando uma economia de mais de R$ 400”, citou.
Já a coordenadora de logística estratégica da AGU, Cristina Joenck, pontuou que o PLS não pode ser apenas um compilado de dados, mas que ele começa assim para que se possa entender o que acontece na instituição. “É necessário engajar a equipe de trabalho para que a sustentabilidade venha à reboque. Treinamento e capacitação também são necessários para o acompanhamento dos dados, além de dar publicidade aos avanços. O engajamento da liderança é outro ponto essencial para diminuir as resistências às mudanças”, observou.
Desde 2014 a AGU faz um chamamento público para seleção de associação ou cooperativa de catadores de materiais recicláveis apta a realizar coleta seletiva de resíduos produzidos pelo órgão, envolvendo as dimensões social, econômica e sustentável. “Instalamos caixas coletoras ao lado das impressoras para que os papéis sejam separados entre os que possam ser reaproveitados e os que serão destinados às cooperativas. Colocamos também uma cláusula no contrato das empresas de limpeza para que esses funcionários façam a coleta das caixas e embalem. O material é pesado e disponibilizado para os catadores que nos trazem o valor arrecadado”, explicou.
A coordenadora de gestão e documentação e informação da AGU, Maria Dalva Fernandes, destacou a importância de eventos como esse para disseminar as boas práticas entre os órgãos. “Ao trocar experiências estamos alavancando a discussão não só com a administração pública, mas com a sociedade, e assim contribuindo para o alcance das metas dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável”, finalizou.