Três negócios de impacto social liderados por mulheres foram apresentados nesta quinta (25/03) durante a 8ª edição da Roda de Conversa promovida pelo Fórum da Alerj de Desenvolvimento Estratégico. Durante o bate-papo virtual, mediado pela secretária-geral do Fórum e coordenadora do movimento Rio de Impacto, Geiza Rocha, as empreendedoras expuseram os desafios e as perspectivas para o pós-pandemia. Em comum, elas destacaram as mudanças e oportunidades que a tecnologia trouxe para o modelo de negócios que atuam, além da exigência de novas habilidades.
Para a mentora de líderes e mestranda em psicossociologia de comunidades e ecologia social da UFRJ, Tati Brandão, a pandemia trouxe a necessidade de refazer todo o plano de negócios da sua empresa. “Tinha acabado de assinar contratos para fazer 5 palestras presenciais que foram canceladas. Passei por esse processo de adaptação para o virtual, mas as pessoas ainda não têm o costume de pagar para assistir às palestras on-line”, contou.
Porém, as mentorias que ela realiza migraram para o mundo virtual com sucesso. “Existem coisas que também vieram para ficar, e as minhas clientes de mentoria se adaptaram à mudança e, mesmo quando tudo isso passar, continuarei atuando nessa frente de forma híbrida. Porém, sempre me preocupando com a questão do afeto a distância”, reforçou.
Já Ana Santos, à frente do Visão do Bem, negócio de impacto social que disponibiliza atendimento oftalmológico a preços populares em comunidades, foi preciso desenvolver outras frentes. “Nosso trabalho era todo presencial. As conversas para entender as necessidades e dar encaminhamento para as consultas passaram a ser por telefone, e diminuímos os atendimentos presenciais para uma vez na semana apenas, seguindo os protocolos de segurança. Nosso desejo agora é desenvolver um aplicativo que concentre todas essas etapas pré-consulta”, explicou.
Segundo a psicopedagoga e psicomotricista sócia-fundadora da empresa Criar e Brincar, Melaine Machado, a crise gerada pela pandemia da Covid-19 fez com que ela investisse também nas plataformas digitais e desenvolvesse kits para que os pais pudessem brincar com os filhos nesse momento de isolamento social. “Brincar é terapêutico, é coisa séria, ainda mais com o isolamento, quando as crianças perderam o contato com os amigos. Então aproveitamos esse período para aprimorar nossos produtos e montamos uma loja virtual em nosso Instagram”, disse Melaine.
“Na conversa de hoje o otimismo e a mensagem de esperança em relação à oportunidade que estamos tendo de trabalhar questões como a diversidade, o afeto e o olhar foram a tônica. Saímos dessa roda mais fortalecidas para enfrentar os desafios do presente”, afirma Geiza Rocha.
A Roda de Conversa com empreendedoras de impacto é uma iniciativa que acontece sempre na última quinta-feira de cada mês. Ela faz parte da agenda do Movimento Rio de Impacto e foi proposta pela Asplande, que coordena a incubadora de negócios sociais Impacta Mulher, junto com a Rede Cooperativa de Mulheres Empreendedoras.
Assista o bate-papo na íntegra