Economia Criativa pode ser uma alavanca para superar a recessão em meio a pandemia

Dados da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) mostram que o Rio de Janeiro é o estado com a maior participação da Economia Criativa em seu Produto Interno Bruto: são mais de 25 mil empreendimentos, que geram riqueza em território fluminense. O Rio em Foco desta segunda-feira (22/03) mostra como o setor que mais depende da imaginação se reinventou durante a pandemia ouvindo a ex-chefe do programa de economia criativa da Organização das Nações Unidas (ONU), Edna Duisenberg, e a gerente de ambiente de inovação da Firjan, Júlia Zardo.

“O impacto econômico, social e cultural da pandemia será sentido durante muito tempo. Em contrapartida, a criatividade e a digitalização estão nos ajudando a enfrentar a crise. Neste momento tão controverso, a cultura, a criatividade e a conectividade se tornaram a espinha dorsal que une pessoas fisicamente separadas e estimula a solidariedade. No Brasil, mais de 120 shows on-line arrecadaram R$17,6 milhões em doações para combater o Covid-19“, revela Edna Duisenberg.

Júlia Zardo destacou que a pandemia aprofundou a crise econômica que o Rio já estava vivendo, mas apontou que a Economia Criativa fomenta a empregabilidade justamente entre os jovens, faixa etária mais atingida pela conjuntura de desaceleração do mercado de trabalho. “Antes mesmo deste período de pandemia o Rio de Janeiro já não vinha numa situação confortável. O desemprego aumentou de maneira geral, e elevou-se entre os jovens a taxas maiores. Mas sabemos que a economia criativa é um dos setores que mais empregam a juventude”, pondera a gerente de inovação da Firjan.

O principal valor da Economia Criativa é sua capacidade de transformar capital intelectual em valor econômico. Por isso, a atividade pode otimizar transversalmente vários segmentos da cadeia produtiva, criando soluções capazes de gerar saltos evolutivos imprevistos em diversas áreas. Essa característica levou a ONU a declarar 2021 como o ano internacional da Economia Criativa para o Desenvolvimento Sustentável. "A cultura está embutida em 11 dos 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável promovidos pela ONU. A intenção de declarar 2021 como o ano internacional da Economia Criativa foi trazer para a pauta política e econômica este tema e fazer uma chamada geral da comunidade internacional para a possibilidade de desenvolver políticas focadas nesse setor para lidar com vários desafios. Inclusive a questão da pobreza, da desigualdade de gênero e da inclusão dos jovens”, destaca Duisenberg.

O Rio em Foco é exibido as segundas-feiras, às 22h, na TV Alerj (canal UHF 10.2 e 12 da NET). A partir de terça-feira (23/03), o programa fica disponível também no canal do Fórum da Alerj de Desenvolvimento Estratégico do Estado do Rio no YouTube, e no podcast "Quero Discutir o Meu Estado", disponível nas principais plataformas de áudio. Na TV Alerj, as reprises serão exibidas no sábado (27/03), às 17h, e domingo (28/03), às 20h.