Seminário mostra oportunidades de formar líderes, acelerar e financiar empreendimentos sociais

No segundo dia do 5º seminário de Negócios de Impacto, realizado nesta quinta (26/11), pelo Movimento Rio de Impacto, coordenado pelo Fórum da Alerj de Desenvolvimento Estratégico do Estado do Rio, foi a vez de institutos e organizações não governamentais contarem como se conectam e auxiliam o desenvolvimento dos empreendimentos de impacto social. Durante o evento, o Instituto Ekloos lançou o "Programa de Desenvolvimento de Líderes de Impacto"com o objetivo fomentar e fortalecer a atuação de jovens lideranças negras, que estejam desenvolvendo iniciativas que gerem impacto social.  As inscrições podem ser feitas no site da instituição e estão abertas até 22/12.

Coordenadora de Iniciativas de Impacto Social do Instituto Ekloos, Mariana Santos destacou que esta é mais uma inciativa para empoderar lideranças de impacto com o conhecimento que necessitam para mudar sua realidade. Ela lembrou que a base de dados da Pipe Social registra quase 5 mil empreendimentos de impacto que, segundo ela, serão os agentes da mudança, mas ainda existe necessidade de ampliar as oportunidades de qualificação e de acesso a recursos financeiros. “Nós estamos falando de 490 mil ONGs (segundo dados do Ipea) e 4.937 negócios sociais. Estes são os atores que estão trabalhando para desenvolver soluções capazes de resolver problemas sociais tão massacrantes. Mas ainda falta capacitação e acesso a recursos financeiros que permitam o empreendimento”, alerta.

Flávia Vianna, coordenadora de Inovação Social e Esporte do Oi Futuro, instituto de inovação e criatividade da companhia, concorda que a qualificação ainda é um gargalo a ser superado pelos empreendimentos de impacto. Por isso, apresentou o Labora, lugar de conexão e aprendizagem para empreendedores e organizações em busca de soluções para os desafios da sociedade. “O Labora nasceu dessa necessidade de repensar a atuação dos negócios e das iniciativas de forma sustentável, e já promoveu seis ciclos de aceleração, envolvendo 83 organizações e empreendimentos sociais, em parceria com 50 empresas e já oferecemos mais de 7.400 horas de mentoria e capacitação”, explica.

Muitas vezes os empreendedores são pessoas muito conectadas à realidade local que conhecem bem as necessidades de sua comunidade, mas ainda têm dificuldade de realizar ideias de negócios para solucionar os problemas que conhecem tão bem. De olho nessa dificuldade de tirar as ideias do papel, o Sebrae-RJ deve levar em breve para o interior do estado do Rio a nova edição da maratona de negócios de impacto.  Juliana Oliveira, gestora do projeto de negócios de impacto do Sebrae-RJ, revelou que o objetivo é auxiliar pessoas com ideias e concepções de novos negócios a modelarem seus empreendimentos.  “O momento em que estamos passando mostra que cada vez mais precisamos estimular que novos negócios sejam criados”, avalia.

Para ajudar a superar as barreiras para o financiamento de negócios de impacto a SITAWI Finanças do Bem está conseguindo oferecer oportunidades de financiamento a diversos empreendedores sociais, ao mesmo tempo em que remunera os investidores dispostos a colaborar com taxas acima da média dos fundos de renda fixa oferecidos no mercado. A organização já organização que já mobilizou R$ 150 milhões e beneficiou dois milhões de pessoas.  “Tanto investidores quanto consumidores querem saber a procedência dos recursos que consomem e em que estão investindo seu dinheiro, por isso os investimentos cresceram mais ou menos 100% ao ano desde 2020. Ontem tivemos mais uma rodada de 1,6 milhão e se esgotou em uma hora e meia”, revela o Gerente de Operações de Investimento de Impacto, Bruno Girardi.

Diretora-executiva do Instituto de Cidadania Empresarial (ICE), Célia Cruz, lembrou que a Covid-19 deve colocar mais 500 milhões de pessoas abaixo da linha da pobreza. No total 1,2 bilhão de pessoas não terão acesso ao mínimo para subsistir, segundo relatório divulgado em 2020 pela Oxfam. Para ela, a agenda de negócios de impacto pode ser uma alavanca de superação deste momento difícil. “Precisamos fortalecer e apoiar os dinamizadores dos negócios de impacto por meio de uma abordagem mais sistêmica “, destaca.

Os resultados dos esforços para dar suporte aos negócios de impacto são cada vez mais visíveis. Durante o evento, Dayse Valença, diretora-executiva da Asplande, ONG que reúne mulheres empreendedoras da região metropolitana do Rio, apresentou o projeto Sabores do Rio, que está capacitando empresárias da área de gastronomia, moradoras da baixada e da região metropolitana do Rio. "Nós trabalhamos com todos os tipos de negócio, mas hoje estamos investindo muito no Sabores do Rio, que reúne quituteiras da Zona Oeste do Rio que tem acesso à formação nas áreas de planejamento de negócio, formação de preço, gestão administrativa e financeira, desenvolvimento de novos produtos e serviços e Comunicação.

Estamos estimulando muito as nossas empreendedoras a trabalharem de uma forma mais sustentável, com o aproveitamento integral dos alimentos. Hoje temos mais de 100 empreendedoras só da área de gastronomia”, comemora. Durante o encontro, além de apresentar os projetos e programas de aceleração, os representantes das instituições responderam perguntas dos presentes e aprofundaram o debate sobre a importância do mapeamento e do trabalho das instituições de apoio aos empreendimentos de impacto. Para assistir a íntegra do segundo dia, acesse o link aqui. Veiculado pela plataforma ECOA PUC-Rio, o evento é organizado pela ALERJ, Sebrae-RJ, PUC-Rio, Sistema B, Esdi-UERJ e Instituto Ekloos, e conta com o apoio da Faperj. Na sexta-feira, ultimo dia do Seminário, será a vez de os empreendedores apresentarem os seus negócios e projetos e contar de que forma os processos de aceleração, mentoria e incubação ajudaram a estruturar as bases do empreendimento. O evento terá inicio às 14h e será veiculado pelo Youtube do Fórum de Desenvolvimento do Rio.

Acesse as apresentações:
Asplande
Instituto Neoenergia
Sitawi

Sebrae Rio
Instituto Ekloos
ICE