Estudo aponta as melhores cidades para se viver após os 60 anos

O Instituto de Longevidade Mongeral Aegon lançou recentemente a segunda edição do Índice de Desenvolvimento Urbano para a Longevidade (IDL). Dentre os municípios avaliados em todo o Brasil, Niterói e Rio de Janeiro ocupam o sexto e o sétimo lugares respectivamente no “ranking” das melhores cidades para se viver depois dos 60 anos. O Rio em Foco desta segunda-feira (16/11) entrevista Henrique Noya, diretor-executivo da instituição.

“O Instituto de Longevidade Mongeral Aegon tem como propósito acompanhar a transição demográfica no país e propor um debate e soluções para os impactos sociais e econômicos que essa transformação traz para toda sociedade brasileira”, explica Noya.

Esta é a segunda edição do IDL, um dos instrumentos que o Instituto Mongeral Aegon construiu para avaliar a mudança do perfil etário da população. Na primeira publicação do Índice de Desenvolvimento Urbano para a Longevidade, em 2017, 498 cidades foram avaliadas, com o município de Santos, no litoral paulista, ficando em primeiro lugar. Em 2019, com 876 cidades pesquisadas, a liderança passou para São Caetano do Sul, na região do ABC paulista. “O nosso sonho sempre foi fazer um índice inclusivo que retratasse todas as cidades brasileiras. Mas existe infelizmente um problema de disponibilidade dos dados que a gente usa para montar o índice. Chegamos a 876 cidades avaliadas, que não é pouca coisa. Nestes locais vivem mais de 140 milhões de brasileiros, portanto é uma boa referência”, defende Henrique Noya.

A metodologia para a construção do IDL 2020 leva em conta 50 indicadores divididos em sete variáveis: Cuidados de Saúde; Bem-Estar; Finanças; Habitação; Cultura e Engajamento; Educação e Trabalho. “É a partir dos indicadores que nós definimos a amostra de cidades que serão avaliadas. Muitos locais nem têm estes indicadores, portanto não há como aplicar a metodologia. Dentre as avaliadas, São Caetano do Sul ficou com o primeiro lugar com alguns destaques: é uma cidade com uma boa cobertura de saúde suplementar para população idosa, tem uma boa distribuição de renda, ótimo acesso à internet. Por outro lado, com relação à habitação, por exemplo, São Caetano do Sul não aparece em uma boa posição (ocupa a 176ª colocação dentre as cidades avaliadas). Todas as cidades têm espaço para melhorar”, analisa Noya.

Em 2020, a população brasileira acima dos 60 anos chegou a 29,9 milhões. A pirâmide etária do país passa por uma importante transformação que traz grandes desafios, mas também enormes oportunidades para as cidades. Henrique Noya explica que os indicadores usados pelo IDL podem ser consultados por todas as cidades participantes do estudo, tornando-se, portanto, uma forma concreta de avaliar os diferentes aspectos e serviços que compõe a qualidade de vida da população acima dos 60 anos. “(O relatório) está disponível no portal do Instituto de Longevidade Mongeral Aegon. É possível acessar de forma fácil todos os relatórios por cidade (em recorte geral, regional ou individualizado), também é possível comparar a evolução de determinada cidade com o relatório de 2017. Tudo ficou muito fácil. Nós reformulamos toda a parte visual e disponibilizamos uma análise curta dos pontos negativos e positivos que os indicadores refletem para as cidades”, afirmou Noya.

Na opinião do diretor-executivo do Instituto de Longevidade Mongeral Aegon, o IDL pode se tornar um importante suporte de diagnóstico para que os prefeitos saibam com mais exatidão o que aperfeiçoar para melhorar a qualidade de vida da parcela mais idosa da população. “Mesmo as cidades mais bem avaliadas possuem pontos positivos e coisas a serem melhoradas. O IDL é uma forma de auxiliar os gestores públicos naquilo que, de fato, precisam resolver para promover a qualidade de vida”, avaliou Henrique Noya.

Para auxiliar os gestores públicos a otimizar as ações para a melhora de seus indicadores de qualidade de vida, o Instituto de Longevidade Mongeral Aegon oferece um treinamento em Gestão Pública para a Longevidade (GPL), disponibilizando uma ferramenta de gestão de projetos que pode fornecer formas de acompanhar a implantação, o desenvolvimento e os resultados de políticas públicas específicas. “O GPL é uma ferramenta de gestão de projetos com possibilidades de acompanhamento, desenvolvimento, gestão por partes e todo o mapeamento de todas as ações”, disse Henrique Noya.

O Rio em Foco é exibido as segundas-feiras, às 22h, na TV Alerj (canal UHF 10.2 e 12 da NET). A partir de terça-feira (17/11), o programa fica disponível também no canal do Fórum da Alerj de Desenvolvimento Estratégico do Estado do Rio no YouTube, e no podcast "Quero Discutir o Meu Estado", disponível nas principais plataformas de Podcast. Na TV Alerj, as reprises serão exibidas no sábado (21/11), às 17h, e domingo (22/11), às 20h.