Programa de Aceleração de Empreendedorismo Regional do MIT é apresentado no Fórum

Transformar o Rio de Janeiro no novo “Vale do Silício” nas áreas de energia e sustentabilidade é o que mira o programa de aceleração de startups REAP (Regional Entrepreneurship Acceleration Program) coordenado pelo MIT (Massachusetts Institute of Technology). O estado foi um dos oito locais escolhidos no mundo para receber o treinamento para aplicação da metodologia com início em janeiro de 2021 e dois anos de duração. A iniciativa, inédita no país, foi detalhada na reunião conjunta das Câmaras de Câmaras de Tecnologia, Energia e Desenvolvimento Sustentável realizada nesta quarta (04/11). 

“Hoje existe um ambiente na área de energia e sustentabilidade similar ao que deu origem ao Vale do Silício, com muitas transformações. Trata-se de uma oportunidade para o Rio de Janeiro já que ainda não existe um líder, um polo global de inovação no setor”, explicou o coordenador do Laboratório de Inovação Tecnológica (LabrInTOS - Coppe/UFRJ), Hudson Mendonça, à frente da iniciativa.

De acordo com Hudson, o estado reúne todas as condições para se tornar referência mundial ao reunir grandes empresas do setor, qualidade acadêmica de excelência, além de instituições governamentais relevantes tanto na área de petróleo quanto na de energia elétrica. “Nossa lacuna está nas startups que precisam ser olhadas com mais atenção”, frisou. Segundo dados da Associação Brasileira de Startups (Abstartups), o país tem 157 startups de energia mapeadas, em um universo de 13 mil.

O Programa de Aceleração de Regiões Empreendedoras do MIT conta com quatro fases que vão desde o diagnóstico, elaboração das estratégias até a implementação das ações e estratégia de sustentação. “Queremos formar talentos para inovação e empreendedorismo no setor de energia; gerar desenvolvimentos de startups; atrair investimento público e privado para o Rio de Janeiro; transformar pesquisas acadêmicas em negócios e gerar emprego e renda”, afirmou Hudson.

A expectativa é atrair cerca de R$200 milhões em novos investimentos para o estado em quatro anos. Para que isso aconteça é necessário o engajamento e participação das corporações, governo e universidades, na chamada tríplice hélice, além dos empreendedores e investidores de risco.

Segundo Marcus Vinícius Fonseca, que também coordena o Laboratório de Inovação Tecnológica (LabrInTOS-Coppe/UFRJ), o programa está aberto a receber a contribuição de outras instituições. “Ninguém faz nada sozinho, temos um time inicial, mas nossa ideia é que esse conjunto institucional seja ampliado para reunir as competências necessárias para equacionar os problemas e definir as estratégias”, disse.

Para a presidente da Assespro-RJ (Associação das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação), Maria Luiza Reis, o programa do MIT é a oportunidade que o Rio de Janeiro precisava. “O desenvolvimento do estado está muito relacionado ao setor de tecnologia. Talvez outros estados não dependam tanto do setor quanto o Rio. Precisamos olhar para as empresas de base tecnológica fluminenses que em sua maioria não é de grande porte, mas geram empregos e não conseguem fazer essa ponte com as universidades”, afirmou.

Já a diretora da Embrapa Solos, Petula Ponciano, pontuou que o Rio de Janeiro tem muito a ganhar com a união dos atores de inovação do estado “A gente tem muita sinergia e precisamos fazer com que os projetos se falem para que a gente trabalhe o corredor de inovação para que o estado desponte”, disse.

Segundo a secretária-geral do Fórum da Alerj de Desenvolvimento Estratégico, Geiza Rocha, o evento serviu para as instituições que compõe o Fórum conhecerem o projeto e pensar de forma conjunta de que forma elas podem participar e impulsionar as iniciativas “Não temos grandes histórias na construção de ecossistemas no Rio de Janeiro e será um avanço conseguir isso com a contribuição do MIT. A sustentabilidade está no DNA do Rio de Janeiro, mas temos o desafio de fazer as coisas se concatenarem e gerarem soluções”, concluiu.

Acesse as apresentações:

Hudson Mendonça - Coordenador do Laboratório de Inovação Tecnológica (LabrInTOS - Coppe/UFRJ)

Mapeamento do Ecossistema de Startups de Cleantech no Brasil  

Impactos do Ecossistema de Startups no Setor Elétrico Brasileiro

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