UFRJ Centenária: Universidade completa 100 anos gerando inovação e desenvolvimento

A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) comemora o seu centenário com dois dias de programação on-line que começam hoje (07/09). A instituição, que integra o Fórum da Alerj de Desenvolvimento do Rio há 17 anos, criou uma verdadeira força-tarefa para enfrentar a pandemia provocada pelo novo coronavírus e vem confirmando nesses 100 anos a sua importância na geração de conhecimento, desenvolvimento e inovação para o estado e para todo o país.

A expectativa da universidade era comemorar o centenário durante todo o ano de 2020, com aulas magnas, exposições e até concerto da Orquestra da Escola de Música da UFRJ no Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Com a pandemia, a programação tornou-se on-line, mas não deixou de ser grandiosa. A abertura é às 17h, com apresentação virtual da Orquestra Sinfônica da UFRJ e lançamento do documentário “Centenária: a Universidade do Brasil entre duas pandemias”.

Já na terça-feira, dia 8, os centros de pesquisa e faculdades da universidade realizarão debates, homenagens e intervenções artísticas. A transmissão do evento acontecerá no canal do Fórum de Ciência e Cultura da UFRJ no YouTube. Acesse a programação completa aqui.

Interação entre áreas do conhecimento e parcerias de sucesso

A Universidade Federal do Rio de Janeiro, que também já teve o nome de Universidade do Brasil, surgiu como Universidade do Rio de Janeiro em 7 de setembro de 1920, pela junção de três escolas profissionais: a Real Academia de Artilharia, Fortificação e Desenho, a Faculdade Nacional de Medicina e a Faculdade Nacional de Direito. Mas foi apenas na década de 1930 que a universidade passou a ser uma instituição não apenas de formação profissional, mas também de pesquisa. Essa mudança, de acordo com a reitora Denise Pires de Carvalho, mudou o cenário das universidades de todo o país.

“Houve uma mudança de paradigma e passamos a ser um modelo de universidade para o Brasil. E isso que aconteceu na UFRJ foi um fenômeno que em todas as federais”, afirmou.

Para a reitora, formar pesquisadores e gerar conhecimento foi o que tornou a Universidade um espaço de inovação, principalmente em tempos de pandemia. “A área médica atuou muito porque ela é muito forte, um dos pilares de formação da universidade, onde há muita produção de conhecimento. A área da engenharia também, um dos pilares, e pôde atuar interagindo com a área da saúde. Porque esse é o século de interação entre áreas do conhecimento”, afirmou Denise Pires de Carvalho.

Entre essas interações, está a produção de ventiladores pulmonares para o tratamento da Covid-19. No mês de maio desse ano, a Alerj financiou a produção de mil aparelhos pelo Programa de Engenharia Biomédica da Coppe/UFRJ. Outro fruto da parceria ativa entre a Alerj e UFRJ foi a doação de R$ 20 milhões para a obra de recuperação do Museu Nacional depois do incêndio de 2018. No Fórum da Alerj de Desenvolvimento do Rio, a participação da instituição nos diversos debates sobre economia e desenvolvimento do estado é sempre constante.

Segundo Denise, a Universidade tem um papel central na elaboração de possíveis políticas públicas que serão implementadas pelos parlamentares. “Sem dúvida, é na universidade que estão os melhores e maiores especialistas nesses assuntos e que podem ajudar a definir políticas para o avanço socioeconômico do estado. Então, temos nos colocado à disposição com nossos especialistas, com grupos técnicos, como fizemos com o coronavírus e na questão sobre a qualidade da água, e para definir questões econômicas importantes que levem ao desenvolvimento do estado”, avaliou.

A reitora ainda reitera a importância da sociedade perceber a universidade como um espaço de inovação. “Quem gera conhecimento vai sempre poder responder às demandas da sociedade, sejam elas quais forem. É triste que haja uma pandemia, mas é importante que a sociedade perceba a importância da ciência, da geração de conhecimento e de termos universidades que geram conhecimento", concluiu.

Para os próximos 100 anos

Em carta divulgada pelo Conselho Universitário, órgão máximo da UFRJ composto por representantes de toda a comunidade acadêmica, os conselheiros afirmam o compromisso da Universidade com toda a sociedade pelo próximo século:

“Precisamos avançar ainda mais e segue sendo pertinente enfatizar o muito que poderemos ainda realizar para o futuro. (...) A missão da UFRJ pelos próximos cem anos será construir uma universidade mais plural, mais integrada em suas diversas áreas do saber e mais conectada à sociedade, aprofundando sua relação com os desafios econômicos e com as questões sociais dramáticas que marcam nossa história e ganharam vulto com a pandemia. Que nosso centenário, em meio a uma crise de muitas dimensões, seja uma ocasião para vincular a UFRJ que somos àquela que podemos ser – ao país e ao planeta que habitamos e que poderemos habitar.”