Apresenta-Rio propõe retomada gradual e medidas de proteção ao setor de entretenimento

A Associação dos Promotores de Eventos do Estado do Rio de Janeiro (Apresenta-Rio) calcula que, somente no estado, 450 mil trabalhadores do setor de entretenimento perderam o emprego desde o início da pandemia do novo coronavírus. Um dos segmentos mais afetados pelo isolamento social, a indústria do entretenimento é responsável por 5% do Produto Interno Bruto Fluminense e possui ligações com diversos ramos da cadeia produtiva. De volta aos estúdios da TV Alerj, o Rio em Foco desta segunda-feira (20/07) entrevista o presidente da Apresenta Rio, Pedro Guimarães para falar sobre as ações e sugestões de retomada dessas atividades, com segurança, que estão sendo enviadas aos governos estadual, municipais e federal.

O setor do entretenimento agrega shows, espetáculos, eventos e turismo, dentre outras atividades. Pedro Guimarães avalia que, por sua natureza, são áreas que sofreram grande impacto econômico com a restrição de circulação de pessoas. Por isso, já há uma mobilização nacional que propõe uma parceria com o poder público para permitir que a indústria do entretenimento supere a crise e adote protocolos seguros e viáveis para a retomada. “A Apresenta é uma associação de classe que procura trabalhar com as melhores práticas para tornar o ambiente de negócios cada vez mais saudável. Motivados por essa pandemia, passamos a discutir questões em nível nacional. Levamos algumas medidas necessárias ao setor por meio de uma carta-manifesto, que foi entregue ao governo federal e obteve apoio de outras 22 entidades ligadas ao segmento”, revelou.

A carta, levada tanto ao Poder Executivo quanto ao congresso nacional, prevê uma série de medidas protetivas ao setor amparadas na possibilidade de renegociação de dívidas e devolução de produtos ao longo do próximo ano, assim como um pacote de estímulos que amparem a retomada das atividades. “São medidas que contemplam o socorro durante este período, mas também (projetam) a retomada. Retomar as atividades não é 'virar uma chave' e tudo vai voltar (a ser) como era antes. Precisamos que medidas consistentes façam parte de uma solução perene. Nesta carta-manifesto há medidas relacionadas ao pagamento de tributos; preocupação com linhas de crédito; a questão de salários e empregos, (permitindo) a suspensão temporária de contratos de trabalho. Também pautamos o cancelamento dos eventos e a remarcação dos bilhetes, com a previsão do reembolso poder ser feito de forma gradual ao longo de doze meses. Essas reivindicações foram endereçadas aos governos municipal, estadual e federal e aos parlamentos nas três esferas para salvaguardar o setor”, relatou o representante do setor.

Pedro Guimarães avalia que o “novo normal” do entretenimento não poderá ser todo feito e planejado remotamente, por meio de soluções on-line. Para ele, a atividade à distância poderá complementar, mas não substituirá o evento presencial. “Nem todos os eventos da indústria do entretenimento precisam ser deixados para a última fase da abertura. As atividades econômicas não precisam ser enquadradas numa fase final do processo simplesmente por serem consideradas 'aglomerativas'. Os teatros e cinemas podem ser retomados com medidas que sejam responsáveis. Aqueles que não tiverem condições ou acharem que o custo é muito alto podem abrir posteriormente”, afirmou.

O Rio em Foco é exibido as segundas-feiras, 22h, na TV Alerj (canal UHF 15.2 e 12 da NET). A partir de terça-feira (21/07), o programa fica disponível também no canal do Fórum da Alerj de Desenvolvimento Estratégico do Estado do Rio no YouTube, e no podcast "Quero Discutir o Meu Estado", disponível nas principais plataformas de Podcast. Na TV Alerj, as reprises serão exibidas no sábado (25/07), às 17h, e domingo (26/07), às 20h.