Impacto da Covid-19 no mercado de TI fluminense é debatido em painel

No atual cenário de pandemia provocado pelo novo coronavírus são muitos os desafios enfrentados pelo setor produtivo. A área de Tecnologia da Informação não é exceção e também vem sendo afetada pela conjuntura ao mesmo tempo em que vislumbra oportunidades. O décimo segundo painel de avaliação dos impactos da covid-19 na economia fluminense abordou o tema nesta terça (26/05) e contou com a participação do presidente do Sindicato das Empresas de Informática do Estado do Rio de Janeiro (TI Rio), Benito Paret, e da presidente da Associação das Empresas de Tecnologia da Informação (Assespro-RJ), Maria Luiza Reis. O evento foi transmitido ao vivo pelo canal do Fórum de Desenvolvimento no YouTube.

Enquanto a maior parte das empresas enfrentam demissões, apenas 11% das que atuam no setor de TI no estado dispensaram trabalhadores ou optaram pela antecipação das férias. Os dados são de uma pesquisa realizada pelo TI Rio já no período de isolamento social. “Diferentemente de outros setores, as empresas da área de tecnologia tiveram uma preocupação em preservar o seu quadro técnico, já que é uma mão de obra qualificada”, afirmou Paret. Segundo a presidente da Assespro-RJ, com as pessoas em casa, elas acabam fazendo mais uso da tecnologia, impactando menos o setor.

                                                                 

A mesma pesquisa também mostrou a adesão maciça das empresas ao home office. “Isso mostra que o trabalho remoto é viável e uma tendência para o futuro, decorrência de uma experiência dolorosa, mas real”, completou Paret. Porém, segundo ele, uma parcela desses trabalhadores ainda é prejudicada pela má qualidade dos serviços de internet, expondo as limitações de infraestrutura enfrentadas no estado de uma forma geral.

Ainda que o setor tenha conseguido preservar os empregos, as empresas de TI também vêm sentindo os efeitos das medidas restritivas e o decréscimo da economia fluminense. Mesmo tendo mantido suas cartelas de clientes, o levantamento do sindicato apontou uma pressão pela renegociação dos contratos com valores mais baixos e também alguma inadimplência. “Isso leva a um enfraquecimento do caixa, ainda que a relação com o cliente esteja mantida”, completou Paret. Já Maria Luiza apontou um maior impacto entre as empresas que fazem venda direta para o consumidor final, principalmente com produtos como restaurantes, salões de beleza, shows e teatros. “Essas perderam todos os seus clientes e foi uma área bastante atingida e que só poderá retornar após o fim da pandemia”, explicou.

                                                                 

Tanto Benito quanto Maria Luiza são enfáticos em afirmar que os principais entraves encontrados pelo setor são o acesso ao crédito e a questão tributária. “É um setor caro, cuja matéria prima principal são as pessoas, e os investimentos precisam ser contínuos”, disse a presidente da Assespro-RJ.  “Nosso foco agora é preservar o ecossistema de TI para quando houver a retomada pós-pandemia o ambiente não esteja tão deteriorado a ponto de não conseguir se  recuperar”, finalizou Maria Luiza.

A apresentação da presidente da Associação das Empresas de Tecnologia da Informação (Assespro-RJ), Maria Luiza Reis, está disponível aqui

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