Diversificação econômica pode contribuir para que estado saia da crise mais rapidamente

A crise decorrente da pandemia de Coronavírus está exigindo que as empresas busquem alternativas para não quebrarem. Nesse caminho, a indústria do estado também está se reinventando em busca de novas oportunidades. A diversificação econômica foi tema do 3º painel on-line de avaliação dos impactos do novo coronavírus realizado pelo Fórum de Desenvolvimento do Rio, e pode ser assistido na íntegra, clicando aqui.

Segundo o diretor de Programa da Secretaria de Desburocratização, Gestão e, Governo Digital do Ministério da Economia, Bruno Bondarovsky, a maior diversificação leva a produtos e serviços de maior complexidade, com maior valor agregado. “É nas cidades que a diversificação acontece. No mundo globalizado, as cadeias de valor se deslocam rapidamente e as cidades mais diversificadas são mais resilientes e podem prover alternativas”, explicou.

Bondarovsky frisa que, para que isso aconteça, é necessário remover barreiras para trazer novos negócios, papel que cabe às políticas públicas que precisam estar atentas a esse ponto. “Uma boa maneira de identificar as oportunidades de mercado é fazer um levantamento macroeconômico e olhar o que fazem as cidades similares, assim como as demandas de importação e exportação. Porém, é necessário ter em mente que a inclusão é uma política de diversificação. Quem tem acesso ao básico como luz, água, esgoto e transporte, por exemplo, consegue produzir mais barato e focar no seu desenvolvimento”, completou.

No caso do Rio de Janeiro, que viu sua vantagem competitiva cair drasticamente ao longo dos últimos 20 anos, Bondarovsky sugere, por meio de uma ferramenta de análise, um maior investimento na cadeia de petróleo com derivados e não apenas no produto cru que é apenas uma commodity.

                                                                   

O doutor em Economia e pesquisador residente no CEDEPLAR/UFMG, e analista de negócios da Federação das Indústrias de Minas Gerais (FIEMG), Elton Freitas, reforça a fala de Bondarovsky. Para ele, as diferenças de prosperidade entre as cidades estão relacionadas à quantidade de conhecimento produtivo que as sociedades possuem. “A economia cresce através da capacidade de produzir novos e melhores produtos, que poucos fabricam. E para elevar a complexidade dessa produção, precisamos de políticas públicas voltadas ao fomento da diversificação”, afirmou Dantas.

                                                                   

A analista de políticas públicas do Sebrae-RJ, Juliana Lohmann, apresentou casos de empreendimentos fluminenses que aproveitaram esse momento de crise para apostar na diversificação. Muitos pegaram carona na resolução da Anvisa que simplificou os requisitos para fabricação, importação e aquisição de dispositivos médicos prioritários de forma extraordinária e temporária (RDC 356) para uso em serviços de saúde, possibilitando que o setor têxtil fabrique desde máscaras até aventais e gorros para uso hospitalar.

                                                                   

“Muitas empresas deram esse salto para aproveitar o momento. A Região Serrana, que tem grande presença de confecções, parte das empresas já migrou a produção, já que o setor de vestuário foi o mais impactado pela crise até agora”, afirmou Juliana que destacou que essa diversificação não foi planejada por políticas públicas devido à emergência da situação, mas que é preciso trabalhar esse olhar estratégico daqui pra frente. “A longo prazo isso pode ser um caminho. Essas empresas mudaram suas produções em menos de duas semanas. Esse movimento de forma sistematizada e organizada, com olhar detalhado das regiões, pode potencializar os resultados juntando a teoria com a prática”, finalizou.

Acesse as apresentações:

Bruno Bondarovsky

Elton Freitas