Comissão de Gestão Ambiental da Alerj debate plano para racionalizar o consumo

A Comissão de Gestão Ambiental da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) realizou nesta sexta-feira (03/04) um painel on-line com a integrante do Núcleo de Coordenação de Ações Socioambientais do Senado, Danielle Abud, para compartilhar experiências sobre o processo de implantação do Plano de Logística Sustentável (PLS) no Senado. O PLS é uma ferramenta de gestão que estabelece a adoção de medidas e processos para uma atuação sócio e ambientalmente sustentável. Na primeira reunião do grupo, a especialista traçou um panorama sobre os passos e estratégias necessários à implementação do documento e divulgou o curso on-line disponível na plataforma de EAD do TCU sobre o tema.  Assista o encontro na íntegra clicando aqui.

Segundo Danielle, o plano de logística sustentável é o instrumento para organizar e monitorar as ações administrativas do órgão público: “às vezes fazemos muito, mas não conseguimos medir os resultados e o impacto das nossas ações. Quando os atos administrativos estão descritos em um documento e anexados a indicadores é possível monitorar o que está sendo realizado.”  

Em sua fala, a especialista, que coordenou a criação do curso on-line, reforçou o pioneirismo da ALERJ em possuir um marco legal (Lei 8.231/2018) que obriga o poder público estadual a implementar o PLS e adotar suas diretrizes na racionalização e controle dos gastos públicos. “Vocês já têm uma norma robusta, que assegura a implementação do PLS, o que é maravilhoso. Em nível federal o projeto de lei ainda está em tramitação. A legislação é importante, porque traz no seu escopo a formação dos núcleos de gestão socioambiental, que serão os embriões responsáveis por vincular todas as ações de sustentabilidade e ser uma referência sobre o tema para os servidores”, avaliou.     

O tema da sustentabilidade trata essencialmente da mudança de paradigma para revisar  práticas e processos organizacionais, inserindo dentre os parâmetros a serem observados o do consumo consciente. Segundo a especialista só é possível transformar a cultura organizacional com o engajamento coletivo de servidores atuantes em todos os níveis. "Um dos primeiros passos para a implementação do PLS é comunicar o compromisso da organização com a agenda sustentabilidade. Em 2016, o Senado divulgou uma carta de compromisso com as metas do PLS e elaborou um plano de comunicação das iniciativas de racionalização do recursos públicos. Se a organização não declara sua política de responsabilidade e não a comunica, nós não conseguimos a adesão das pessoas. Nós trabalhamos com uma comunicação educativa, que possibilita a reflexão do servidor sobre as mudanças que a administração está propondo.”, avaliou.

Após PLS, Senado deixou de consumir 15 mil copos descartáveis

Nos últimos cinco anos o Senado Federal deixou de consumir 15 mil copos descartáveis; instalou redutores de pressão nos reservatórios de água, o que diminuiu  o consumo anual em 20%; implantou um sistema de logística reversa e reciclagem de resíduos que gera renda para cooperativa de catadores de lixo. Todas essas ações foram possíveis porque são estimuladas pelas metas  do PLS. Durante a palestra, Danielle Abud estabeleceu os eixos principais na elaboração do plano. “De modo geral, a orientação é estabelecer uma comissão gestora que seja capaz de induzir esse processo com comportamentos e condutas que reforcem a atuação coletiva. O primeiro passo é organizar o que já é feito e listar as ações em torno de eixos temáticos fundamentais.”, orientou Abud.

Eixos fundamentais para implantação do PLS:
- Compras e contratações: inserir critérios de sustentabilidade na seleção de fornecedores de materiais e serviços;
- Água e  energia: construir uma série histórica de consumo associadas a metas possíveis de redução de gasto;
- Separação e coleta de resíduos sólidos: aumentar a eficiência da separação de resíduos e associar-se a cooperativas de coleta;
- Deslocamento de pessoal: gerenciamento  das condições de deslocamento do servidor a serviço da administração pública;
- Capacitação e sensibilização: tornar o servidor capaz de orientar suas ações  na direção dos valores e metas estabelecidos no PLS;
- Qualidade de vida no trabalho: monitoramento e implementação de indicadores de saúde individual e coletiva no ambiente do trabalho;

O Senado disponibiliza um banco de dados com a matriz de referência do Legislativo Federal em que é possível consultar todas as planilhas de diagnóstico usadas para a implementação  cada um dos indicadores inerentes aos eixos descritos acima.