Estudo identifica seis setores estratégicos para o desenvolvimento do estado

Os setores petroquímico e de energia; complexo da saúde; economia criativa; biotecnologia, indústria 4.0 e tecnologia, informação e comunicação são considerados estratégicos para o crescimento econômico do Rio de Janeiro. Esse foi resultado de um estudo elaborado pela ANPROTEC, em parceria com a Fundação CERTI e o Sebrae Nacional. A publicação sobre setores de oportunidades foi lançada nesta quinta (12/12) durante o workshop “Desafios à Inovação: sociedade, empresas e governos” em parceria com as Comissões Permanentes de Economia, Indústria e Comércio e de Ciência e Tecnologia da Alerj, o Fórum Permanente de Desenvolvimento Estratégico do Estado do Rio de Janeiro, o Sebrae, a Anprotec e o Fortec.

O estudo “Ecossistema de Inovação” analisou 21 municípios da Região Metropolitana do Rio de Janeiro que concentra 72% das empresas e 77% dos empregos no estado com o objetivo de identificar quais os setores com o maior potencial de gerar resultados efetivos em curto prazo. Para isso, foram levadas em consideração três vertentes: as vocações, com os setores que já estão desenvolvidos e que geram renda e emprego; o potencial da região com setores ainda não consolidados, mas que podem alavancar a economia e, por último, as tendência em investimentos públicos e privados no Brasil e no mundo. “Fizemos um cruzamento desses dados e identificamos os setores que são prioritários. Se trabalhados em conjunto com os atores do ecossistema, é possível fazer investimentos gerando recursos, tecnologia e inovações transbordando para o ecossistema como todo”, explicou o gestor de projetos da Anprotec, Carlos Eduardo Bizzotto.

Durante o encontro, representantes da UEZO, UFF, PUC-Rio, Firjan, Fortec, Redetec e Faperj apresentaram as ações das suas respectivas instituições nas questões de inovação e na promoção da parceria entre os centros de pesquisas e empresas para que os produtos cheguem de fato ao mercado de forma a beneficiar toda a sociedade. A aprovação do novo marco estadual de inovação também foi citada como essencial para o desenvolvimento do ecossistema do estado. Os parques tecnológicos do estado e o desenvolvimento de pesquisas acadêmicas em território fluminense também foram destacados como uma vantagem competitiva que deve ser aproveitada.

“O Brasil hoje possui o 13º maior produção acadêmica do mundo, contudo nosso ambiente de inovação ainda está aquém do ideal. Estamos apenas na 66º colocação no Índice Global de Inovação. Temos que transformar pesquisa em inovação em prol da sociedade e precisamos desse tripé entre academia sociedades e empresas para fazer isso acontecer”, afirmou o deputado Renan Ferreirinha (PSB), que preside a Comissão Permanente de Comissão de Economia, Indústria e Comércio da Alerj. Ele ainda destacou que mesmo com a presença de grandes Centros de Pesquisa o Rio vem perdendo espaço nas questões de inovação e tecnologia para cidades como Florianópolis, Recife e Belo Horizonte.

Para o deputado Waldeck Carneiro (PT), presidente da Comissão Permanente de Ciência e Tecnologia da Alerj, o evento proporcionou um diálogo entre diferentes instituições, universidades, governos e empresas em torno do tema da inovação. “Unir estas três esferas é fundamental, pois permite a comunicação de suas demandas e como, em conjunto, podem ajudar a produzir soluções que, em última instância, melhorem a qualidade de vida das pessoas”, afirmou. Segundo o deputado, a Alerj tem muito a contribuir colocando a inovação no centro das discussões sobre a superação da crise n o Rio de Janeiro. “O estado só irá superar esse momento com investimentos em ciência, tecnologia e inovação. O legislativo tem muito a contribuir estabelecendo uma interface entre os diferentes players desse processo e no aperfeiçoamento da legislação estadual de modo a simplificar praticas para que o estado possa ser um parceiro no fomento à inovação”.

Segundo a coordenadora de projetos do Sebrae Nacional Evelyne Labanca Correa de Araujo, após a publicação da pesquisa, os próximos passos agora são ativar de forma estruturada o nível de maturidade e integração de cada potencial ecossistema de inovação existente nos municípios trabalhados. “Não existe inovação sem atividade econômica e na maioria das sociedades desenvolvidas ela nasce no pequeno negócio porque é quem tem a capacidade de errar e corrigir o rumo de forma mais rápida. O Sebrae identificou os municípios em que serão aplicadas a metodologia que consiste em ativar de forma estruturada o nível de maturidade e integração de cada potencial ecossistema de inovação existente nesses locais. A partir desses dados vamos identificar as lacunas de desenvolvimento e trabalhar como um agente ativo”, afirmou.

“Foi um evento muito exitoso com as parceiras estabelecidas, mas que precisa de desdobramentos. Saio daqui energizado para continuar aprofundando o debate e contribuindo para que a inovação se consagre como uma área estratégica para o estado do Rio de Janeiro”, finalizou o deputado Waldeck Carneiro.

As apresentações estão disponíveis nos links abaixo:

Shirley Coutinho - Coordenadora Executiva da PUC-Rio / Fortec

Ricardo Leal - Diretor da Agência de Inovação da UFF / Fortec

Renata Angeli - Coordenadora do Núcleo de Inovação Tecnológico da UEZO

Julia Zardo - Gerente de Ambientes e Inovação da Casa Firjan

Jerson Lima Silva - Presidente da Faperj

Carlos Eduardo Bizzotto – Anprotec