A criação de políticas públicas que incentivem o desenvolvimento de empreendimentos de impacto social foi um dos pontos abordados no painel "Inovação Social e Direitos Humanos: Legislação, Incentivos e Oportunidades", do Primeiro Encontro Intersetorial de Inovação Social do Rio de Janeiro, realizado pela PUC-Rio, na última sexta-feira (29/11). Na ocasião, representantes do governo, indústria e universidade mostraram de que forma a integração dessas esferas pode trazer resultados positivos para a sociedade. “Não é de hoje que debatemos este tema. Desde 2016 o Fórum tem um grupo de trabalho com foco no estímulo ao ecossistema de negócios de impacto, em que falamos sobre a importância desse olhar para os empreendedores que estão focados nos resultados que eles geram para a sociedade. E eu devo a esse ambiente de confiança criado a rapidez com que conseguimos avançar na legislação estadual para estimular os investimentos e negócios de impacto no estado do Rio de Janeiro”, afirmou a secretária-geral do Fórum de Desenvolvimento do Rio, Geiza Rocha, uma das palestrantes do painel.
Em sua apresentação, ela falou sobre a recém-sancionada Lei 8.571/2019, que institui a Política Estadual de Investimentos e Negócios de Impacto Social. Segundo ela, o Rio de Janeiro é o segundo estado do país a possuir uma lei que prevê a criação de um comitê responsável por instituir uma política estadual. “Esse é apenas um primeiro passo para um debate mais estruturado. E a criação desse comitê é fundamental, pois ele irá reunir todos esses atores que ainda não tinham com quem dialogar, para pensar de que forma esses negócios podem avançar”, ressaltou Geiza, lembrando que os negócios de impacto podem contribuir de forma efetiva na mitigação muitos problemas sociais.
Mediado pelo professor do departamento de Direito da PUC-Rio, Florian Hoffmann, o painel teve a participação do representante da Pastoral Universitária da PUC-Rio, Leandro Ferreira de Assis, e da coordenadora de Negócios em Responsabilidade Social da Firjan, Eliane Damasceno. Segundo ela, a indústria tem sido cada vez mais demandada, e novos papéis e modelos vêm sendo estruturados. No entanto, a convergência com a academia tem se mostrado um caminho promissor.
“Existe no espaço da universidade e da indústria oportunidades muito significativas de desenvolvimento de soluções que pensem de uma maneira mais sistêmica os desafios sociais”, avaliou a coordenadora que apresentou diversos projetos de inclusão digital de jovens realizados pela Firjan, pautados pela indústria criativa, pela tecnologia e pela inovação, inclusive por meio de parcerias estabelecidas com prefeituras.
O evento é organizado pelo NORTE de Impacto Social, uma iniciativa dos alunos de graduação que recebeu apoio a partir do edital de eventos da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj) deste ano, em parceria com o Coordenação de Ensino e de Empreendedorismo da PUC-Rio (CEMP) e a Escola de Negócios (IAG/PUC-Rio).