Até 2026, 54% dos empregos no Brasil poderão ser ocupados por robôs ou programas

Um estudo feito pelo Laboratório de Aprendizado de Máquina em Finanças e Organizações da Universidade de Brasília (UnB) apontou que até 2026, 54% dos empregos formais do país poderão ser ocupados por robôs e programas de computador. A porcentagem representa cerca de 30 milhões de vagas. O trabalho, desenvolvido ao longo de 2018, avaliou uma lista de 2.602 profissões brasileiras.

Segundo a pesquisa, Levando em consideração o número de trabalhadores com carteiras assinadas no fim de 2017 – de acordo com os dados da Relação Anual de Informações Sociais (Rais) do Ministério do Trabalho –, os pesquisadores chegaram ao resultado de que 25 milhões (57,37%) exerciam funções com probabilidade muita alta (acima de 80%) ou alta (60 a 80%) de automação naquele ano.

A ameaça a alguns empregos representada pela robotização é um fenômeno mundial. Relatório da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) chamado “O Futuro do Trabalho” estima que 14% dos empregos entre os 36 países que formam o bloco têm alta probabilidade (70%) de automação. Outros 32% serão “radicalmente transformados” e têm de 50% a 70% de chances de serem robotizados.

Um outro estudo, do McKinsey Global Institute, mostra que essas mudanças vão ganhar intensidade rapidamente, e a tecnologia vai afetar as carreiras de 25% dos profissionais até 2030. De acordo com o levantamento, operadores de maquinário devem perder 40% das vagas.

Por outro lado, os novos postos de trabalho para humanos devem ser mais produtivos, pagar melhor e trazer mais satisfação ao trabalhador. Mas, para ocupar uma dessas vagas, os profissionais devem adquirir habilidades técnicas de bom relacionamento com a tecnologia.

Entre as profissões com mais risco de serem extintas estão copilotos, engenheiros calculistas, cartorários, profissionais de estoque/inventários e gestores de compras. Já entre as “profissões do futuro”, destacam-se compliance de algoritmos de inteligência artificial, engenheiro de holograma ou realidade mista, engenheiro de tráfego multidimensional, Designer/arquiteto de realidade virtual, nutricionista de dados pessoais, psicólogo/psiquiatra especialista em transtornos digitais, Assessor de privacidade e advogados especializados em digital.

A base de dados usada no estudo da UnB foi a Relação Anual de Informações Sociais (RAIS). Por meio das informações disponibilizadas pelo Ministério do Trabalho, os pesquisadores consultaram 69 acadêmicos e profissionais especialistas em aprendizado de máquina – uma forma de Inteligência Artificial na qual computadores analisam grandes conjuntos de dados para fazer projeções ou identificar padrões e anomalias.

Esses profissionais, então, leram as atividades e as classificaram. Com essas classificações, o grupo da UnB usou técnicas de análise das descrições das profissões e modelos estatísticos para calcular os riscos associados a cada uma das ocupações.