Assembleia discute plano de ação econômico

Dados sobre as taxas de crescimento fiscal do Rio de Janeiro vêm apresentando um decréscimo na última década e, no ano passado, a crise foi responsável por colocar o Rio em penúltimo lugar no índice que avalia a capacidade de crescimento real dos estados. Esse foi apenas um dos dados alarmantes sobre a crise fluminense apresentados pelo presidente da Rede Pró-Rio, o economista Bruno Sobral, na última reunião da Comissão Parlamentar de Inquérito que investiga a crise fiscal do Rio, realizada nesta segunda-feira (26/08). A CPI, que é presidida pelo deputado Luiz Paulo (PSDB), convidou Sobral e a secretária-geral do Fórum de Desenvolvimento do Rio, Geiza Rocha, para participar da discussão sobre estratégias de planejamento para mudar a realidade econômica fluminense.

Com o tema "Diretrizes para um plano de desenvolvimento estadual e algumas ações de ataque", o presidente da Rede Pró-Rio trouxe dados sobre a situação econômica do Rio e também possíveis ações práticas. Segundo Sobral é importante criar uma base regional para que o Rio não dependa apenas de questões externas para crescer. "Não somos protagonistas da nossa economia, se o Brasil vai bem o Rio quase não consegue acompanhar e pior, se o país vai mal o Rio cai ainda mais", explicou Sobral.

Durante a apresentação o economista ressaltou que o estado precisa focar em produção e incentivar todos os setores essencial para isso como as universidades. Ele explicou também que é preciso criar um ambiente para que haja um enraizamento da cultura de desenvolvimento nos municípios fluminenses.

“O problema econômico do Rio tem uma profundidade muito maior do que só equilibrar as contas públicas, de fato, temos que somar isso a um desafio de crescimento que fortaleça e aumente as áreas e estruturas de planejamento para rechear nossa produção. Esse é nosso desafio: enxergar o problema de forma macro. Isso porque atualmente nosso potencial de desenvolvimento econômico regional é extremamente limitado”, criticou Sobral. O economista mostrou em detalhes as baixas nas taxas de crescimento do estado, como o exemplo do ICMS de 2018 em que o Rio teve a pior taxa de crescimento anual do Brasil. Enquanto a média nacional ano passado foi de 4,6%, o estado fluminense somou apenas 2%.

Entre as ações discutidas estão o enfoque em construir um sistema econômico regional, investir em complexos logísticos produtivos polarizados além de organizar a Região Metropolitana para estimular o crescimento de emprego e infraestrutura fora da capital fluminense.  A discussão foi feita junto aos deputados Eliomar Coelho, Enfermeira Rejane, Max Lemos além do presidente da CPI, Luiz Paulo. Entidades parceiras do Fórum também estiveram na reunião como a Firjan e a GestRio. Segundo o presidente da CPI, a apresentação vai servir de base para discussões para as comissões permanentes da casa. “O relatório inteiro da CPI, inclusive a questão do planejamento estratégico, vai ser repassado para as comissões aprofundarem as discussões. Por exemplo, tudo que foi falado de óleo e gás vamos levar para a Comissão de Minas e Energia. A CPI juntou muitas informações que serão aprofundadas no relatório para que assim possamos cobrar do poder público que as ações aconteçam”, explicou o deputado.