O Rio de Janeiro tem uma vocação natural para a inovação. No entanto, precisa de empreendimentos que fortaleçam sua base tecnológica e estimulem a criação de um ambiente que fomente a criatividade e o ecossistema relacionado ao empreendedorismo digital. Atentos a essa necessidade, a Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia, Inovação (Secti) e a Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj), deram início às atividades da 4ª edição do programa Startup Rio na última segunda-feira (04).
O Startup Rio 2019 terá duas fases: na primeira, os 82 empreendedores vão apresentar os seus projetos e serão treinados por oito semanas. Ao final desse processo, serão avaliados por uma banca, que irá selecionar os empreendedores que irão para a segunda fase, quando recebem recursos financeiros, além de serviços de supervisão, mentoria e diversos treinamentos durante o período de 14 meses.
Para o coordenador-geral do Startup Rio, Paulo Espanha, desenvolver e amadurecer esse programa traz benefícios ao estado, pois ele favorece a atração de investimentos nacionais e internacionais, gerando emprego e renda. “Estamos ampliando a base de empresas e de aplicação do conhecimento em negócio”, destacou Espanha.
Criado em 2013 pela Secti e desenvolvido em parceria com a Faperj, o programa tem como objetivo promover iniciativas que fomentem o empreendedorismo e a difusão do ambiente e da cultura de inovação tecnológica. Este ano, o programa selecionou 82 projetos, sendo 66 na capital, dez na Região Sul Fluminense e seis na Região Serrana. Destes, serão priorizadas propostas nas áreas de Tecnologia da Informação e Comunicação, Energia, Saúde, Educação, Transporte, Segurança e, principalmente, soluções para a promoção de cidades inteligentes.
Espanha explica como será a dinâmica desta edição do programa.
Para o diretor de Tecnologia da Faperj, Maurício Guedes, o programa é importante porque faz com que o jovem enxergue o empreendedorismo como uma opção para a sua carreira profissional.
“O surgimento de startups mudou a cultura no ambiente acadêmico brasileiro e internacional. Hoje, o jovem percebe a possibilidade de empreender como uma oportunidade de transformar conhecimento em riqueza para o país e para o estado. Nossa ideia na Faperj é ampliar esse programa, diversificar as áreas de atuação e integrá-lo ao ecossistema que já existe no Rio de Janeiro relativo ao empreendedorismo inovador, incluindo incubadoras, aceleradoras, espaços de coworking, parques tecnológicos e outras iniciativas”, explicou Guedes.
Para o secretário de estado de Ciência e Tecnologia, Leonardo Rodrigues, o programa tem um papel importante, pois contribui para que os empreendedores consigam entrar no mercado com produtos inovadores e novas propostas. “Estamos vivendo um momento de transição profissional. A tecnologia e a inovação vêm avançando rapidamente, por isso precisamos estar preparados para isso”, destacou o secretário.
O evento também contou com a participação de diversas autoridades, como o presidente da Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimento Inovadores (ANPROTEC), José Alberto Aranha, que integra o Fórum de Desenvolvimento do Rio. Segundo ele, este é um momento em que o Legislativo pode contribuir bastante para facilitar a consolidação de um ambiente de inovação.
“Além dos programas desse tipo que estimulam as pessoas a empreenderem, deve-se ter um movimento para o ambiente de inovação. Ou seja, desamarrar a nossa legislação para que os ambientes se formem com mais facilidade. São as chamadas cidades inteligentes, onde você trabalha, estuda e se diverte. Precisamos de mais coworking e espaços para que os jovens criem os seus negócios”, explicou Aranha.
Nas três edições anteriores, realizadas em 2013, 2015 e 2017, o Programa capacitou mais de 300 empreendedores. O projeto conta ainda com diversos apoiadores, entre eles o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Outsourcing Brasil (OBr) e o Rio Soft.