CEBDS apresenta estudo sobre empresas brasileiras aliadas na redução de emissões de CO2

O Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS) lançou um estudo comprovando que o setor empresarial ajudou na redução de 27% das emissões de CO2 no Brasil. Segundo o levantamento, realizado entre os anos de 2015 e 2017, as empresas investiram cerca de U$ 85 bilhões para ajudar na redução das emissões. Foram realizados 1.340 projetos que contribuíram para uma redução de mais de 217,9 milhões de toneladas de CO2e, que corresponde a duas vezes o valor emitido pelo Estado do Rio de Janeiro no ano de 2015 (92,7 milhões de tCO2 e). O estudo, “Como as empresas vêm contribuindo com o Acordo de Paris” que está disponível no site da instituição, foi apresentado durante a COP24 (Conferência do Clima da ONU), na Polônia, em dezembro de 2018.

O Acordo de Paris, assinado em 2015 por 195 países incluindo o Brasil, determina um novo marco na redução das emissões de gases de efeito estufa. Todos os países que assinaram se comprometeram a criar metas para conter o aquecimento global, além de ampliar seus investimentos em tecnologias de baixo carbono. A pesquisa organizada pelo CEBDS teve como objetivo fazer um balanço do que já foi realizado e do que ainda precisará ser feito pelas empresas brasileiras para ajudar o Brasil a cumprir uma das suas principais metas: reduzir 43% das suas emissões até 2030. Participaram 38 empresas globais, das quais 21 são brasileiras ou dispõem de dados sobre emissões no Brasil.

O documento feito pelo CEBDS também contém uma avaliação individual das empresas, pois o Conselho vem monitorando cada uma delas para identificar quais já estão investindo em suas metas, e como estão se mobilizando. Entre os critérios para a avaliação, como uma ferramenta de tomada de decisão, está a precificação interna de carbono. Segundo a diretora de Relações institucionais do CEBDS, Ana Carolina Szklo, responsável pela apresentação da pesquisa, o mercado de carbono pode diferenciar o Brasil do resto do mundo frente ao aquecimento global.

“O estudo evidenciou que os preços internos de carbono das empresas brasileiras possuem um custo consideravelmente menor do que em outros países, que podem chegar a US$ 909/tCO2e. É possível reduzir emissões de gases do efeito estufa (GEE) a custos menores no Brasil do que em outros países. Isso mostra o nosso potencial de nos tornarmos líderes globais no mercado de carbono”, afirma Ana Carolina.

A pesquisa do CEBDS também ressaltou que um dos desafios para as empresas é na questão das metas de médio e longo prazo, ações que se estenderiam até 2030 e 2050. Atualmente, das empresas analisadas, cerca de 90% já possuem metas, só que de curto prazo, que seriam realizações até 2025. Uma das ferramentas que pode ser usada para otimizar essas metas é o estudo “Estratégia de desenvolvimento de baixo carbono para longo prazo”, feito pelo CEBDS com o apoio do Instituto Clima e Sociedade (ICS). Ele apresenta 5 caminhos e soluções que podem ajudar as empresas a contribuírem para a neutralização das emissões. Para saber mais sobre acesse aqui