CEBDS cria estudo para implementação de um mercado de carbono no Brasil

O combate às alterações climáticas é uma das metas dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, que definem as prioridades globais para 2030. Uma solução que vem sendo implementada mundialmente é a precificação do carbono, mas a indústria brasileira ainda não consolidou de fato este método, que consiste em atribuir um custo aos impactos gerados pelo aumento de gases de efeito estufa (GEE) na atmosfera. Estes gases são gerados pela queima de combustíveis fósseis e pelas mudanças no uso da terra para a produção de insumos, manufatura, distribuição e consumo desses produtos. As duas formas mais discutidas de precificação do carbono são o mercado de carbono e a tributação das emissões.

Para isso, o Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), elaborou o estudo “Precificação de Carbono na Indústria Brasileira”, que visa a apontar os caminhos para a implantação de um mercado de carbono no país. O CEBDS afirma que o relatório foi baseado em uma experiência mundial e que levou em conta as discussões em andamento com o governo e a sociedade civil.

O documento destaca que, ao preparar este relatório, o CEBDS baseou-se nas informações obtidas nos eventos que organizou, as quais, foram apoiadas pela literatura econômica e experiências internacionais. O CEBDS também levou em conta as discussões relevantes em andamento perante o governo e a sociedade civil, bem como estudos atuais que analisam as opções de precificação de carbono no Brasil.

Além dos impactos ambientais, a precificação do carbono é vista como uma alternativa para as empresas impulsionarem a inovação em tecnologias relacionadas ao clima e, com isso, gerar uma certa flexibilidade na forma como gerenciam suas emissões. “Os instrumentos de precificação permitem alcançar a mesma meta de controle de emissões que os instrumentos de controle, mas por um custo menor de mitigação social para os setores regulados, assim diminuindo também a competitividade e os efeitos macroeconômicos. Além disso, a precificação gera oportunidades de negócios para mitigação e inovação tecnológica, o que reduz os custos de mitigação no médio prazo”, explica o estudo.

Em 2017, cerca de 400 empresas, entre elas gigantes como Fibria, Unilever, Suzano, Braskem, CPFL e a Schneider, que representam 90% do capital transacionado em bolsa no Brasil, lideradas pelo CEBDS, assinaram a “Carta Aberta”, elaborada pela Iniciativa Empresarial em Clima (IEC), para unir forças em prol da redução da emissão de gases de efeito estufa e evoluir na construção de uma economia de baixo carbono.

Confira o estudo Precificação de Carbono na Indústria Brasileira

Confira a Carta Aberta.